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Lesões do Nervo Radial
Lesões do Nervo Radial

O nervo radial origina-se do tronco posterior do plexo braquial, sendo composto por fibras nervosas das raízes de C5 a T1. Em seu trajeto podem ocorrer traumas, os quais podem resultar em paralisias temporárias (neuropraxia) ou definitivas (axoniotmese e neurotmese). O nervo radial é responsável pela inervação muscular do trí­ceps braquial e de todos os músculos extensores e supinadores do antebraço, e inervação sensitiva: Responsável pela sensibilidade posterior do braço, antebraço, dorso lateral da mão e 4 primeiros dedos.
Recomendo ler o texto do site do EMG LAB (Laboratório de Eletromiografia) de Curitiba.

Inervação sensitiva da mão: Em amarelo a área inervada pelo nervo ulnar, em roxo pelo nervo mediano e em laranja o radial.
 
 
O nervo radial pode ser lesionado em qualquer ponto de seu percurso. Naturalmente, a sintomatologia irá variar de acordo com a região onde ocorreu a lesão. Neste sentido, podemos identificar 3 locais comuns de lesão traumática do nervo radial:


LESÕES OCORRIDAS NA AXILA

A "Paralisia da muleta" é uma lesão causada pela pressão excessiva na axila devido ao uso inadequado de muletas. Esta compressão geralmente se manifesta como uma neuropraxia.
A figura ao lado ilustra bem o plexo braquial em seu trajeto descendente e sua relação com as estruturas ósseas do Membros Superior. Dá pra perceber como o plexo é vulnerável na região axilar.

 

PERDA MUSCULAR: São afetados o Tríceps, os extensores de punho e dedos.
 


PERDA DE MOVIMENTO: Lesões do Nervo radial Lesões em ou acima da axila resultam em paralisia de todos os músculos inervados. Clinicamente, isto se manifesta como:

* Fraqueza de extensão e flexão do antebraço - tríceps e braquiorradial

* Queda do pulso e incapacidade de preensão - paralisia dos extensores do punho e dedos

* Fraqueza dos músculos abdutor longo do polegar e extensor

PERDA SENSORIAL
: Perda de sensibilidade no dorso da mão e antebraço adequadas para a distribuição cutânea - ver anatomia do nervo radial


TESTE: É importante a avaliação sensorial na região mencionada além de avaliar a força do braquioradial, extensores de cotovelo e punho.



LESÕES NO SULCO DO NERVO RADIAL DO ÚMERO

ETIOLOGIA: fratura diafisária do úmero, paralisia do sábado à noite, injeções

MÚSCULOS AFETADOS: extensor de punho e dedos, mas o tríceps e ancôneo são poupados. Isto acontece pois em seu trajeto descendente pelo braço, o nervo radial emite ramos para os músculos braquiorradial (também recebe fibras do musculocutâneo) e extensor radial longo do carpo antes de passar pelo sulco do nervo radial. Quem quiser mais detalhes tem uma figura excelente do n. radial e seus ramos neste link


PERDA DE MOVIMENTO: fraqueza dos extensores de punho e da articulação metacarpofalangeana. A articulação interfalangeana não é afetada por causa dos interósseos e lumbricais intactos.

RESULTADO: queda do punho e incapacidade de preensão, extensão do cotovelo está OK

PERDA SENSORIAL: primeiro interósseo.

TESTE: força do extensor de punho.

CURIOSIDADES:
“Paralisia de sábado à noite” é o nome que se dá à lesão do nervo radial causada ao apoiar a face interna do braço na parte posterior de uma cadeira por um longo período de tempo (como na imagem abaixo). Isto geralmente acontece após o indivíduo diluir sua consciência em álcool na noitada, daí o nome.

Um outro nome criativo a lesão do nervo radial nesta região é "Paralisia dos amantes" também causada por uma compressão na face interna do braço, mas desta vez, o mecanismo de lesão é associada aos amantes, que após uma noite de volúpia adormecem, porém o paciente descuidado deixa o braço funcionar como travesseiro para a cabeça da companheira, como na imagem abaixo. (OBS: devido ao conteúdo extremamente erótico deste comentário, a ilustração precisou ser considerada moralmente aceitável pela LVDMBC - Liga das Velhinhas Defensoras da Moral e dos Bons Costumes antes de sua publicação no blog)

LESÕES OCORRIDAS NO ANTEBRAÇO

ETIOLOGIA: Trauma, acidente cirúrgico, fratura/luxação da cabeça do rádio.
MÚSCULOS AFETADOS: extensores de punho e dedos, mas nestes casos o extensor radial do carpo é poupado
PERDA DE MOVIMENTO: fraqueza dos extensores da articulação metacarpofalangeana, nestes casos a articulação interfalangeana não é afetada por causa dos interósseos e lumbricais intactos. NÃO há queda da mão por causa da preservação do extensor radial do carpo e a preensão também está preservada
IMPORTANTE: Não acontece queda de punho e dedos e nem perda de preensão. Extensão de cotovelo está OK!
PERDA SENSORIAL: Não há perda sensorial pois o ramo sensitivo radial superficial está intacto
TESTE: testar força de extensores de metacarpo-falangeana


Deiscência com necrose Pós Abdominoplastia - Caso 1

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Tratamento de deiscência com necrose pós Abdominoplastia com curativo Membracel Cicatrização de deiscência com necrose pós Abdominoplastia

Lesões musculares: diagnóstico, prevenção e tratamento


Por Dr. Neto | 28/07/2010 - Atualizada às 15:29

 

 
No último artigo publicado nesta coluna abordei o tema da fadiga muscular e algumas de suas principais características, como as situações distintas em que pode ocorrer e os mecanismos fisiológicos correspondentes. Desta vez, darei continuidade ao tema e assim tratarei das lesões musculares, conseqüência possível doprocesso de fadiga muscular, sobretudo em corredores de longa distância. 

De uma maneira geral, as lesões resultantes de atividades esportivas podem ser classificadas em dois grupos básicos:1

1 - Lesões intrínsecas: causadas por fatores individuais e biológicos (fatores antropométricos, história pregressa do atleta, nível de condicionamento).
2 - Lesões extrínsecas: causadas por fatores externos e do meio ambiente (piso de corrida, equipamento esportivo, condições climáticas).

As corridas de longa distância, esporte considerado sem contato físico, normalmente geram lesões intrínsecas1. As mais comuns incluem tendinopatias, bursites, fasciites, fraturas de stress e lesões musculares. As lesões musculares afetam os corredores principalmente durante os treinos de velocidade, incluindo os tiros e intervalados. Os atletas de elite podem apresentar maior predisposição a este tipo de lesão pela alta intensidade de seus treinamentos

A literatura atual classifica estas lesões em diretas ou indiretas (mecanismo de ação), parciais ou totais (resultado da lesão), e traumáticas ou atraumáticas (presença ou ausência de contato físico)1. 

Tipos de lesões - O estiramento muscular é uma lesão indireta frequente entre os corredores. É causado por um alongamento das fibras musculares além de sua capacidade normal de trabalho, decorrente de ciclos intensos de contração e relaxamento do músculo envolvido. Ocorre geralmente na junção músculo-tendínea, área de menor resistência do músculo, ou também na inserção do tendão ao osso, em situações em que o músculo não está adequadamente alongado, portanto despreparado para aquele esforço físico. 

Durante treinamentos que envolvem velocidade, como os intervalados ou tiros, lesões musculares são frequentes. Os treinos intervalados predispõem a estes tipos de lesões, pois a musculatura exerce um esforço forte e contínuo durante os intervalos pré-determinados do treino, o músculo pode contrair excessivamente e perder parte de sua capacidade de se alongar. Dessa forma, o atleta está predisposto a sofrer uma lesão nas sessões seguintes ou ao final do treino.
Fatores como fadiga muscular e lesões prévias são importantes considerações a serem feitas na prevenção de estiramentos musculares. A fadiga muscular, característica presente principalmente no final das sessões de treinos de velocidade, provoca uma alteração no automatismo do movimento de corrida do atleta e, portanto, se torna um fator predisponente para a ocorrência de lesões. As lesões prévias induzem à formação de fibrose (tecido cicatricial) nas áreas afetadas que não apresentarão a mesma capacidade de alongamento e força que tecidos não lesados, portanto constituindo um local propício para o surgimento de novas lesões. 

Prevenção e tratamento - A atividade adequada de toda a musculatura dos membros inferiores, seguida de exercícios de alongamento, são condições que auxiliam na preparação desta musculatura e, consequentemente, reduzem os riscos de estiramentos. No caso de corredores, as regiões mais afetadas são: região posterior (atrás) da coxa, os chamados músculos ísquios-tibiais e a panturrilha (batata da perna). 

O sintoma clínico característico referido pelo atleta é uma fisgada no músculo, seguida de dor e comprometimento da função muscular a ponto de interromper o treinamento ou a competição. Parada a atividade física, deve-se aplicar gelo na região acometida em ciclos de 10 a 15 minutos, com bolsa envolvida por tecido para proteção da pele e feita uma bandagem para a compressão do local. O membro deve permanecer elevado e em repouso, porém a imobilização deve ser evitada ao máximo a fim de minimizar a perda de força muscular e a propriocepção (sensibilidade do movimento). 

Medicamentos a serem usados incluem os anti-inflamatórios não-hormonais (ibuprofeno ou meloxicam) e os analgésicos (paracetamol). Estas condutas, que objetivam a diminuição da dor e o controle do processo inflamatório, podem ser seguidas pelas próximas 24-48 horas. Após este período, são introduzidas as medidas fisioterápicas que incluem a utilização de ultra-som pulsado para o auxílio da regeneração dos tecidos. Na terceira semana, devem ser iniciados os exercícios para o ganho de força desta musculatura e amplitude de movimento das articulações envolvidas. 

O objetivo do tratamento deve ser o retorno ao esporte em cinco semanas. Persistindo a dor, é necessária uma nova consulta com um médico especialista em medicina esportiva para a correta reavaliação da lesão e condução do tratamento mais adequado. É importante salientar que a reabilitação adequada das lesões musculares depende de um diagnóstico médico preciso, tratamento fisioterápico completo e colaboração total do atleta. 


Referência Bibliográfica: 1. Cohen, M., Abdalla, R., Lesões nos Esportes – diagnóstico, prevenção, tratamento Revinter, 2003

A IMPORTÂNCIA DA REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS
LESÕES DO PLEXO BRAQUIAL SUPERIOR
Tiago Costa Esteves
1
RESUMO
O presente artigo baseado na revisão bibliográfica tem como objetivo abordar sobre a
anatomia do Plexo Braquial(P.B), as principais alterações do paciente com Lesão do Plexo
Braquial Superior, além de ressaltar a importância da fisioterapia para reabilitar o paciente
enfatizando sua melhora da qualidade de vida e posteriormente seu retorno às atividades da
vida diária (AVD’s).
1 – INTRODUÇÃO
As lesões do plexo braquial (PB) têm graves repercussões sobre a vida familiar,
profissional e a qualidade de vida do indivíduo que apresenta este distúrbio. No entanto,
todos os esforços da reabilitação devem ser dirigidos a este paciente. Existem vários
mecanismos que podem levar a lesões do PB, dentre eles podemos citar a hérnia de disco
cervical, traumatismo por arma branca, ferimentos por arma de fogo e luxações do ombro.
Porém, existem alguns movimentos de torção que levam a lesões do PB, como o
movimento que separa a cabeça do ombro e o estiramento do braço em abdução.
(LIANZA, 2001)
Segundo SALTER (2001), as lesões do PB podem ser divididas em superior,
inferior e completa. Na lesão superior ocorre uma tração dos troncos superiores C5 e C6,geralmente por uma força de tração afastando a cabeça do ombro. Já na lesão inferior,
ocorre uma tração nos troncos C8 e T1, devido a uma força de estiramento do braço em
abdução. E na lesão completa afeta todos os troncos do PB (C5 a T1), sedo ocasionado por
lesões traumáticas e obstétricas durante o parto.
O paciente com lesão do PB apresenta uma ampla variedade de problemas e
desafios para o fisioterapeuta. As conseqüências da lesão via de regra perduram por toda
ávida do indivíduo, e o paciente pode procurar o fisioterapeuta em qualquer momento após
a lesão.
(STOKES,1992)
2 – ASPECTOS MORFOLÓGICOS DO PLEXO BRAQUIAL
De acordo com GRAY (1998), o PB pode ser dividido em um intervalo que
compreende as raízes cervicais de C5 a T1 (fig 1). A união das raízes C5 e C6 dão origem
ao tronco superior, C7 formará sozinho o tronco médio ,e C8 e T1 formarão o tronco
inferior. Cada tronco dará origem às divisões anteriores e posteriores. As três divisões
posteriores formarão o fascículo posterior, de onde emergem os nervos radial e axilar,
responsáveis respectivamente pela inervação dos músculos da região posterior do braço
(tríceps braquial) e do músculo deltóide. O fascículo lateral, é formado pelas divisões
anteriores do tronco superior e médio, de onde emerge o nervo musculocutâneo,
responsável pela inervação da região anterior do braço (bíceps braquial e coracobraquial).
O fascículo medial, é formado pela divisão anterior do tronco inferior, onde seu principal
nervo é o ulnar, responsável pela inervação da musculatura intrínseca da mão (interósseos e

1
Acadêmico do 4ºano do curso de Fisioterapia da UNAMA,monitor da disciplina de Morfologia
Humana/Anatomialumbricais).outro nervo importante, é o mediano, originado parte pelo fascículo lateral e
parte pelo fascículo medial, onde sua área de inervação prioriza os músculos flexores na
região anterior do antebraço, além dos músculos da região tênar da mão.

 

 

FIG. 1 – Anatomia do Plexo Braquial e suas principais raízes nervosas.

 

3 – ASPECTOS CLÍNICOS DA LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL SUPERIOR
Segundo GABRIEL (2001), as lesões nervosas são classificadas em três grupos, que
indicam seu nível de gravidade: neuropraxia, axôniotimese e neurotimese. A neuropraxia é
uma lesão onde ocorre alteração da mielina, sem perda da continuidade do nervo, não
ocorrendo à degeneração deste, onde seu mecanismo de lesão pode ocorrer por contusão ou
compressão. A axôniotimese é mais grave que a neuropraxia, onde este já apresenta
interrupções tanto na mielina quanto no axônio.Já a neurotimese caracteriza-se pela perdada continuidade anatômica do nervo produzida geralmente por secção ou arrancamento do
nervo, sendo a mais grave das lesões nervosas.
Em geral, as fibras superiores do plexo são as mais acometidas , porém sofrem
avulsão mais raramente que as fibras inferiores, ou seja, as fibras mais caudais tendem a ter
mais lesões por neurotimeses enquanto as mais craniais tendem à lesão por neuropraxia.
(HEBERT & XAVIER, 1999)
LIANZA (2001) afirma que a lesão do PB superior que ocorrem em nível de C5 e
C6, são conseqüências do parto, em partos com apresentação cefálica (fig. 2), classificandose como paralisia obstétrica do tipo Erb-Duchenne, de traumas direto com forças que
causam separação violenta da cabeça do ombro (quedas de motocicleta), ou durante
anestesias que aumentem a pressão no espaço supraclavicular.
A paralisia braquial superior ou de Erb-Duchenne (C5 – C6) corresponde a 75% dos
casos. Aqui, o membro superior está flácido e rodado internamente , o antebraço pronado e
o ombro não abduz ativamente , o cotovelo em extensão completa ou levemente fletido, o
punho pode estar fletido assumindo a clássica postura de garçom pedindo gorjeta. O
membro toma atitude de imobilidade junto ao tronco e quando solto cai ao longo do corpo.
O reflexo de Moro está assimétrico, o bicipital ausente e o de preensão palmar preservado.
A sensibilidade tátil e dolorosa é normal no antebraço e mão, e não há fenômenos
vasomotores na extremidade. Vale lembrar que o nervo frênico não faz parte do plexo
braquial, logo, não há manifestações respiratórias ou a ele relacionadas.
(SHEPHERD, 1996)Fonte: http:// brachialplexus.wustl.edu/portuguese/glossary.htm
FIG. 2 – Distensão do plexo braquial no parto com apresentação cefálica.
4 – TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
Segundo TUREK (1992), caso haja a correção cirúrgica, manter a imobilização do
membro por um prazo de 1 a 4 semanas para possibilitar a reabsorção da hemorragia e do
edema.
Objetivos do tratamento:
- Criar melhores condições possíveis para a recuperação da capacidade funcional
(prevenir contraturas de tecidos moles e das deformidades, comportamento motor
adaptativo e do desuso do membro).
- Controle da dor e do edema.
- Manter ou aumentar a amplitude de movimento do membro afetado~.
- Proporcionar as condições ambientais necessárias para os músculos poderem reassumir
sua função.
- Treinar o controle motor mediante exercícios (feitos pelo fisioterapeuta e pelos pais,
assim que os músculos estiverem reinervados e sejam capazes de se contrair).
(STOKES,1992)Técnicas Fisioterápicas:
- Movimentação Passiva: prevenir as contraturas dos tecidos moles, especialmente às
aderências escapuloumerais. Ter cuidado para não distender exageradamente os tecidos
moles adjacentes á articulação do ombro, principalmente na presença de paralisia total
do braço, tendo cuidado de não deslocar do ombro, evitando o risco de luxação da
articulação glenoumeral.
- Aplicação de talas: evitar o encurtamento de tecidos moles (controvertido).
- Treinamento Motor: deve ser iniciado durante o primeiro mês de vida (desencadear a
atividade nos músculos desnervados apenas temporariamente, reduzir ao mínimo o
desuso e as contraturas de tecidos moles, obrigam os pais a adotar uma rotina regular
assegurando que os músculos sejam estimulados a contrair-se para realizarem os atos
motores apropriados, assim que os nervos se tenham regenerado). Visa principalmente
os atos importantes em relação à idade da criança (estender o braço para tocar, apanhar
e manusear objetos diferentes).
- Insistir no treinamento dos músculos abdutores, flexores e rotadores externos do ombro
(movimentos de extensão do braço para o lado ou para diante dependem da ação desses
músculos, bem como os supinadores do antebraço, dos extensores do carpo e do
abdutor palmar do polegar).
- Crianças com mais idade – jogos com finalidade de melhorar a percepção sensitiva em
relação ao membro afetado.
(STOKES,1992)
O treinamento deve prosseguir enquanto durar o processo de recuperação. A falta de
uso do membro afetado pode contribuir para a falta de recuperação da função muscular,
após a regeneração ter ocorrido.O programa de treinamento da motricidade deve incorporarperíodos de contenção do membro superior sadio (ex. manter o braço normal sob as roupas
da criança ou amassando-o de leve ao seu lado ou organizando o ambiente da criança de
forma tal que ela só consiga alcançar um objeto que deseja, usando para tanto o braço
afetado.)
(SHEPHERD, 1996)
De acordo com SHEPHERD (1996), o tratamento mediante feedback é realizado
para treinar e reforçar o comportamento motor desejado.
LIANZA (2001) afirma que a estimulação elétrica (controvertida) é utilizada
retardar o processo de atrofia, principalmente a fibras do tipo II.
As órteses são utilizadas para prevenir o uso exagerado dos músculos que não
encontram oposição, podendo, além disso, obrigar o músculo parético a se contrair.
(SHEPHERD, 1996)
Segundo BURNS (1999), o fisioterapeuta desempenha um papel de destaque no
tratamento conservador dos pacientes com lesão de PB, sendo ele o profissional da saúde
que terá o maior contato com este paciente, onde lhe é atribuída à responsabilidade de
reabilitar e oferecer melhor qualidade de vida ao paciente com lesão de plexo braquial.
5 – CONCLUSÃO
A reabilitação do paciente com lesão PB exige uma abordagem multiprofissional,
onde os profissionais terão de se empenhar o máximo para avaliar e tratar adequadamente
do paciente com metas a longo prazo, que facilitem o retorno às suas atividades diárias. É
importante ressaltar que a colaboração do paciente e de seus familiares será um dos pontos
principais para o sucesso da reabilitação.BIBLIOGRAFIA
BURNS, Yvonne R. Fisioterapia e Crescimento na Infância. 1ª edição. São Paulo: Santos
Editora, 1999
GABRIEL, Mª. R. Serra. Fisioterapia em Traumatologia Ortopedia e Reumatologia.
Rio de Janeiro: Revinter, 2001
GRAY, D. Goss, C.M. Anatomia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998
LIANZA, Sérgio. Medicina de Reabilitação. 3ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2001
SALTER, Robert B. Distúrbios e Lesões do Sistema Musculoesquelético. 3ª edição. Rio
de Janeiro: Medsi, 2001
SHEPHERD, Roberta B. Fisioterapia em Pediatria. 3ª edição. São Paulo: Santos Editora,
1996
SOKES, Maria. Neurologia Para Fisioterapeutas. 4ª edição. São Paulo: Premier, 1992
TUREK, Samuel. Ortopedia: Princípios e suas Aplicações. 4ª edição. São Paulo, 1992.

 

 

 

Paralisia Braquial Obstétrica

 
O PLEXO BRAQUIAL
O Plexo Braquial é uma rede de nervos formados a partir das raízes cervicais de C5 a T1, sendo responsável pela inervação motora e sensitiva dos membros superiores. As lesões traumáticas mais comuns são as que acometem o tronco superior (formado pelos ramos ventrais das raízes C5 e C6) e o tronco inferior (formado pelos ramos anteriores de C8 e T1). O objetivo desta postagem não é revisar a anatomia do Plexo Braquial, mas para quem quiser relembrar, recomendo uma visita ao Site Aula de Anatomia. e para quem manja de inglês e quiser impressionar na hora da prova, tem um vídeo no Youtube que ensina a desenhar o plexo braquial em 10 segundos (OBS: o vídeo não dura 10 segundos, este é o tempo que você demora pra desenhar o plexo depois de aprender a técnica)

Pois bem, voltando ao assunto: As lesões do tronco superior são geralmente causadas por trauma. Os exemplos mais clássicos são a queda sobre o ombro (figura1) ou tração do braço no momento do nascimento (figura 2). 


FIGURA 1- Queda resultando em afastamento brusco da cabeça em relação ao ombro e consequente lesão do plexo braquial.
FIGURA 2- tracionamento das raízes que formam o tronco superior do plexo braquial durante o parto.

Em ambos os exemplos, o mecanismo de lesão foi um afastamento da cabeça em relação ao ombro, causando estiramento das raízes nervosas e conseqüente dano estrutural. Isso sem contar que a lesão nervosa também pode ocorrer devido a lesões por armas de fogo e armas brancas. Na postagem de hoje irei focar somente naparalisia de Erb-Duchenne, deixando para outro dia os casos de lesões traumáticas em adultos.

Paralisia Obstétrica de Erb-Duchenne
Nota Histórica:
Em 1861, Guillaume Benjamin Amand Duchenne cunhou o termo “paralisia obstétrica do plexo braquial” após analisar quatro crianças que exibiam quadro idêntico de paralisia dos músculos do ombro e braço. Em 1874, Wilhelm Heinrich Erb concluiu em sua tese sobre lesões do plexo braquial em adultos que a paralisia associada dos músculos deltoid, biceps e subscapular ocorrem devido a lesões das raízes de C5 e C6 ao invés de lesões isoladas de nervos periféricos.

Lesões do Tronco Superior do Plexo Braquial
A lesão do plexo tronco superior que ocorrem em conseqüências de partos difíceis (distocia + tocotraumatismo) com apresentação cefálica é classificada como paralisia obstétrica do tipo Erb-Duchenne.
Aqui vai um parênteses: Não é raro que as mães culpem o obstetra por erro médico. Eu acho importante que nós, fisioterapeutas, tenhamos uma postura cética em relação a estes casos. O que quero dizer é que não devemos crucificar o médico junto com a mãe. Não, não se trata de botar panos quentes, ou de ter uma postura “ética”, mas sim de bom senso. Tente se colocar no lugar do obstetra que faz um parto extremamente trabalhoso. Pode ser que devido às dificuldades do parto, ele tenha tido de escolher, literalmente, entre fazer o parto de uma criança com lesão de plexo, ou fazer o parto de um encefalopata devido hipóxia perinatal. Não estou dizendo que não hajam casos de negligência, imperícia ou imprudência, mas é bom que consideremos que talvez estejamos tratando uma criança com paralisia braquial que escapou de ser um neuropata graças a habilidade de um obstetra.

Sinais e Sintomas
Ao exame físico do lactente, pode ser observado reflexo de Moro assimétrico e RTCA somente para um dos lados, ambos causados pela paralisia muscular. O membro afetado assume uma posição característica: o braço ao lado do corpo, em rotação interna com antebraço estendido e pronado (figura 3A e 3B), conhecida como “postura da gorjeta do garçom” (como se fosse um garçom pedindo discretamente uma gorjeta – eu adoro a criatividade dos neurologistas!). A paralisia do bíceps é a principal causa desta posição.
FIGURA 3A - Postura de "gorjeta do garçom", causada principalmente pela paralisia do bíceps braquial.
FIGURA 3B- Postura de "gorjeta do garçom" em criança com paralisia de Erb

A criança mais velha pode exibir o “sinal do corneteiro” quando solicitada a levar a mão à boca. Acontece que devido a paralisia dos músculos do membro superior, ao tentar elevar o braço, a criança assume uma postura como se estivesse levando uma corneta à boca (não sei se eu já disse, mas estes neurologistas têm uma imaginação muito fértil ! ) Infelizmente não consegui nenhuma imagem deste sinal para ilustrar a postagem.
Com o passar do tempo, pode se desenvolver contratura em rotação interna, a qual pode gerar alterações ósseas secundárias (aumento da retroversão da glenóide) e a longo prazo subluxação posterior do ombro.
Dependendo do grau da lesão, o desuso do membro e alterações do desenvolvimento nervoso e circulatório, podem comprometer o crescimento do membro, acarretando hipotrofia do braço afetado.
Dependendo do grau de lesão, a paralisia obstétrica pode ter indicação cirúrgica, ou se resolver espontaneamente ao longo de alguns meses. Em muitos casos a lesão não tem indicação cirúrgica e o tratamento é conservador com Terapia Ocupacional e/ou Fisioterapia. Neste caso, é importante ter em mente que estamos tratando uma lesão neurológica estável. Ou seja: o nervo já foi danificado e não há recuperação! Nosso trabalho será principalmente o de orientar e posturar, prevenindo contraturas e deformidades, além de junto com a TO potencializar ao máximo a função residual do membro.


 

Síndrome do Desfiladeiro Torácico, você conhece?

 

 

 


Muitas vezes nos deparamos com desafios a superar em nossas aulas. Um grande e constante desafio é diminuir a tensão muscular na região dos ombros e pescoço de nossos alunos. Os músculos esternocleidomastóideo e trapézio porção superior são afetados constantemente pelo stress do dia-a-dia e pela má postura. 
Alguns casos podem ser amenizados com um bom trabalho de propriocepção e fortalecimento da postura, mas alguns parecem não responder positivamente a esses estímulos. Isso porque alguns casos não são simples tensões musculares, mas sim a Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT).
Trata-se de uma compressão do plexo braquial tão intensa que inibe a circulação sanguínea de membros superiores. O plexo braquial é o conjunto de cinco raízes que saem da medula no pescoço, comunicando-se entre si, dando origem a todos os nervos do membro superior.  
 
A compressão ocorre devido a alterações posturais ou anatômicas que alteram o triângulo formado pela primeira costela, clavícula e músculos escaleno e peitoral. Daí o nome “desfiladeiro”.
O aluno sente dor intermitente relacionada ao movimento, normalmente em extensão e abdução de ombros. Pode haver também parestesia e déficit de força em membros superiores.
O tratamento é baseado em bloqueios anestésicos locais nos pontos-gatilho, tratamentos tradicionais de fisioterapia (TENS, por exemplo) e exercícios posturais e de fortalecimento.
Exercícios de alongamentos oferecem grande sensação de alívio para esses alunos e são muito indicados. Os exercícios de força são necessários, porém devem ser aplicados com muito cuidado, respeitando a amplitude de movimento para não agravar a tensão gerada pela síndrome. Indica-se iniciar o trabalho de força com exercícios isométricos. Exercícios de mobilidade de coluna, pescoço e cintura escapular são indicados para aumentar a propriocepção do aluno e alongar musculaturas mais profundas. O feedback do aluno serve como base para este trabalho dar certo.
Sugira que seu aluno entre em contato com o médico ortopedista ou fisioterapeuta caso ele apresente alguns dos sintomas dessas síndromes e bom trabalho pela frente!
 
PLEXO  BRAQUIAL
 
 


 
  O membro superior é inervado pelo plexo braquial situado no pescoço e na axila, formado por ramos anteriores dos quatro nervos espinhais cervicais inferiores (C5,C6,C7,C8) e do primeiro torácico (T1). O plexo braquial tem localização lateral à coluna cervical e situa-se entre os músculos escalenos anterior e médio, posterior e lateralmente ao músculo esternocleidomastóideo. 

O plexo passa posteriormente à clavícula e acompanha a artéria axilar sob o músculo peitoral maior.

 

Os ramos ventrais do quinto e do sexto nervos cervicais (C5-C6) formam o tronco superior; o ramo anterior do sétimo nervo cervical(C7) forma o tronco médio; e os ramos anteriores do oitavo nervo cervical e do primeiro nervo torácico (C8-T1) formam o tronco inferior.

 

 

Os três troncos, localizados na fossa supraclavicular, dividem-se em dois ramos, um anterior e um posterior, que formam os fascículos, situados em torno da artéria axilar. Os ramos anteriores dos troncos superior e médio formam o fascículo lateral; o ramo anterior do tronco inferior forma o fascículo medial; e os ramos posteriores dos três troncos formam o fascículo posterior. Na borda inferior e lateral do músculo peitoral menor, os fascículos se subdividem nos ramos terminais do plexo braquial.

 



Plexo Braquial
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


 

Os ramos do plexo braquial podem ser descritos como supra-claviculares e infra-claviculares.

 

 

Ramos Supra-claviculares:

 

 

 Nervos para os Músculos Escalenos e Longo do Pescoço - originam-se dos ramos ventrais dos nervos cervicais inferiores (C5,C6,C7 e C8), próximo de sua saída dos forames intervertebrais.

 

 

 Nervo Frênico - anteriormente ao músculo escaleno anterior, o nervo frênico associa-se com um ramo proveniente do quinto nervo cervical (C5). Mais detalhes do nervo frênico em Plexo Cervical.

 

 

 Nervo Dorsal da Escápula - proveniente do ramo ventral de C5, inerva o levantador da escápula e o músculo rombóide.

 

 

 Nervo Torácico Longo - é formado pelos ramos de C5, C6 e c7 e inerva o músculo serrátil anterior.

 

 

 Nervo do Músculo Subclávio - origina-se próximo à junção dos ramos ventrais do quinto e sexto nervos cervicais (C5 e C6) e geralmentecomunica-se com o nervo frênico e inerva o músculo subclávio.

 

 

 Nervo Supra-escapular - originado do tronco superior (C5 e C6), inerva os músculos supra-espinhoso e infra-espinhoso.

 

Nervos Supra-escapular, Axilar, Toracodorsal e Subscapular
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


 

Ramos Infra-claviculares:

 

 

Estes se ramificam a partir dos fascículos, mas suas fibras podem ser seguidas para trás até os nervos espinhais.

 

 

Do fascículo lateral saem os seguintes nervos:

 

 

 Peitoral Lateral - proveniente dos ramos do quinto ao sétimo nervos cervicais (C5, C6 e C7). Inerva a face profunda do músculo peitoral maior;

 

 

 Nervo Musculocutâneo - derivado dos ramos ventrais do quinto ao sétimo nervos cervicais (C5, C6 e C7). Inerva os músculos braquial anterior, bíceps braquial e coracobraquial;

 

Nervo Musculocutâneo
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

 

 Raiz Lateral do Nervo Mediano - derivado dos ramos ventrais do quinto ao sétimo nervos cervicais (C5, C6 e C7). Inerva os músculos da região anterior do antebraço e curtos do polegar, assim como a pele do lado lateral da mão.

 

Nervo Mediano
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

 

Do fascículo medial saem os seguintes nervos:

 

 

 Peitoral Medial - derivado dos ramos ventrais do oitavo nervo cervical e primeiro nervo torácico (C8 e T1). Inerva os músculos peitorais maior e menor;

 

 

 Nervo Cutâneo Medial do Antebraço - derivado dos ramos ventrais do oitavo nervo cervical e primeiro nervo torácico (C8 e T1). Inerva a pele sobre o bíceps até perto do cotovelo e dirige-se em direção ao lado ulnar do antebraço até o pulso;

 

 

 Nervo Cutâneo Medial do Braço - que se origina dos ramos ventrais do oitavo nervo cervical e primeiro nervo torácico (C8,T1). Inerva a parte medial do braço;

 

 

 Nervo Ulnar - originado dos ramos ventrais do oitavo nervo cervical e primeiro nervo torácico (C8 e T1). Inerva os músculos flexor ulnar do carpo, metade ulnar do flexor profundo dos dedos, adutor do polegar e parte profunda do flexor curto do polegar. Inerva também os músculos da região hipotenar, terceiro e quarto lumbricais e todos interósseos;

 

Nervo Ulnar
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

 

 Raiz Medial do Nervo Mediano - originada dos ramos ventrais do oitavo nervo cervical e primeiro nervo torácico (C8 e T1). Inerva os músculos da região anterior do antebraço e curtos do polegar, assim como a pele do lado lateral da mão.

 

 

Do fascículo posterior saem os seguintes nervos:

 

 

 Subescapular Superior - originado dos ramos do quinto e sexto nervos cervicais (C5 e C6). Inerva o músculo subscapular;

 

 

 Nervo Toracodorsal - originado dos ramos do sexto ao oitavo nervos cervicais (C6, C7 e C8). Inerva o músculo latíssimo do dorso;

 

 

 Nervo Subescapular inferior - originado dos ramos do quinto e sexto nervos cervicais (C5 e C6). Inerva os músculos subscapular e redondo maior;

 

 

 Nervo Axilar - originado dos ramos do quinto e sexto nervos cervicais (C5 e C6). Inerva os músculos deltóide e redondo menor;

 

Nervo Axilar
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

 

 Nervo Radial - originado dos ramos do quinto ao oitavo nervos cervicais e primeiro nervo torácico (C5, C6, C7, C8 e T1). Inerva os músculos tríceps braquial, braquiorradial, extensor radial longo e curto do carpo, supinador e todos músculos da região posterior do antebraço.

 

Nervo Radial - Braço
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Nervo Radial - Antebraço
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.




Resumo do Plexo Braquial


Resumo do Plexo Braquial
 
 
 

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Plexo Braquial...........
por Jessica
em November 13, 2010
Sofri um acidente de moto em agosto de 2010....e perdi os movimentos do braço esquerdo...só tenho o movimento do ombro..Fiz uma cirurgia agora em novembro..gostaria de saber quais os procedimentos que devo tomar para ter os movimentos novamente...Alias o medico me disse que teve algumas raizes que sairam da medula..e ele não sabe ao certo quais os movimentos que irão voltar...disse q só com o tempo pra saber se vai ou não voltar os movimentos.....Me ajuda...preciso de alguma resposta sobre o assunto...pois estou bem tensa.....Obrigada desde ja...
0 
me ajude por favor
por cirineu ferreira guimarães
em November 7, 2010
no dia 25 de abril de 2010, eu sofri um acidente de moto, e sofri 1 lesão do plexo braquial, segundo o neurologista os ligamentos foram rompidos, fisso o exame de eletroneuromiografia e o médico disse q eu tinha q esperar 4 meses, estou fazendo fisioterapia, eu movimento a mão, os dedos e sinto o meu braço, só q eu não tenho força de dobrar o braço, e sinto essa parte do polegar e indicador até no meio do braço adormecido, será q tenho q fazer cirurgia . me responde por favor.. 1 grande abraço..
0 
Arma branca
por Reginaldo
em October 20, 2010
Olá Bruno Abraão, meu caso é bem semelhante ao seu, levei uma facada na área da cravícula, mas não perdi nem um movimento, ainda não procurei um neurologista pois moro no iterior de goiás, o que tá pegando agora é que a mão nos ultimos dias doeu pra caramba, mas agora já está se estabilizando, será que devo procurar o neuro. abraço a todos
0 
 
por melanie afonso
em October 13, 2010
A minha filha nasceu a dia 1 de Agosto de 2010 e sofreu uma paralisia braquial.
Desde entao que anda na fisioterapia. Gostaria de saber informacoes acerca da recuperacao do braçito dela e operacoes eficazes possiveis. Ela tem agora 2 meses e ja recuperou o ombro e qualquer coisa o cotovelo, so que ainda nao o dobra. A parte de baixo do braço e a maozinha dela ainda nao tem reacao nenhuma.

Muito obrigada...cumprimentos Melanie
10 
meu filho sofreu acidente de moto
por mercedes ap.cassiano
em September 30, 2010
dia 6 deagosto meu filho sofreu acidente de motofraturou a crvicula,a mão dedo anelar indicador e mindinhoesta complexo blaquial,sem movimento no braço esquerdorparece um braço de pano movimenta pouco os dedos epunho deu lesão nc5,c6e rompeu o c7,o c5ec6não sabe aindase romperam ou naotem muita dor faz fisioterapia no hospital são luis,ia me esquecendo tem dores no pescoço tambem estou pesquisando tudo que posso para saber a gravidade se puderem me explicar melhor por favor me mandem emailsem mais obrigada
6 
uma saída ou um conformismo
por greg
em September 19, 2010
Sofri um acidente no dia 25 de outubro de 2009,tive avulsão do plexo braquial direito e eté hoje não tive oportunidade de fazer uma cirurgia pois moro no interior do maranhão e no meu estado não há especialista na área.tenho 40 anos,meu braço está atrofiado e eu sei que nunca mais irei tocar meu violão,mas busco uma saída ou um conformismo.espero que alguém possa me responder,Deus nos abençoe!
10 
uma saída ou um conformismo
por greg
em September 19, 2010
Sofri um acidente no dia 25 do mês de outubro do ano de 2009.tive avulsão do plexo braquial direito e até hoje não tive oportunidade de fazer uma cirurgia pois moro no interior do maranhão e no estado não há nenhum especialista nesta area. meu braço está atrofiado e eu sei que eu nunca mais vou poder tocar meu violão,sou músico,mas busco uma saída ou um conformismo que um dia eu possa melhorar.aceito todo tipo de ajuda,Deus nos abençoe
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plexo braquial
por joice ikeda
em September 15, 2010
gostaria de informacoes sobre onde posso conseguir a operacao aqui no japao meu filho ao nascer teve a lesao de plexo braquial apos treze diz fez tres anos de fisioterapia, hj com nove ainda nao tem 100% dos movimentos apenas uns quarenta, se alguem souber como me ajudar gostaria de informacoes e apoio por favor ... agradeco
0 
lesão de plexo blaquial
por jackson barreto de macedo
em September 2, 2010
Eu Quando tinha 18 anos sofri um acidente de moto em 4 setembro de 1999 e fiquei muito mal com varias seqüelas e uma delas foi a do braço esquerdo tive uma lesão de plexo braquial e em 2000 fiz uma cirurgia mas só tiver acompanhamento pouco tempo pois o meu médico se ausentou por motivo de saúde.
Procurei outros médicos mas nenhum quis colocar a mão em mim pois falavam que não tinha mais jeito,
pois esse mês de agosto consegui arrumar um medico para me avaliar foi quando ele me disse e que não poderia fazer nada pois viu o que o outro médico tinha feito no meu braço falou que ele tinha feito tudo que tinha que ser feito não poderia fazer mais nada porque não tinha mais jeito, pois ai eu perguntei a ele o que tinha acontecido ele me respondeu que um nervo do meu braço tinha sido arrancado da minha medula e com passar do tempo poderia ter algum jeito com o estudo da célula troco.
e estou disponível para qual quer coisa para poder ver o meu braço mexendo novamente. Pois eu sei que o estudo da célula tronco esta em estudo pois eu queria ser cobaia para ajudar no andamento da pesquisa e para poder ver se tem algum resultado positivo para mim.
obrigado???
aguardo contato?
jksmacedo@hotmail.com
Jackson.macedo@unimedrio.com.br
Tel. 2796-0562
Tel-76838854
0 
lesão do plexo braquial
por luciano
em July 26, 2010
> Sofri um acidente de moto em 1994 onde tive o arrancamento(vulsão) das raizes c5 c6 estiramento das demais, quando acordei do coma não sentia nem congui nenhum movimento no braço esquerdo.
> Fui submetido á uma cirurgia 3 meses depois , omde não houve resultado nenhum.
> opós alguns meses começou a dor do membro fantasma que é horrivel e não para um minuto sequer e logo depois alguns movimentos e sensibilidade referente as nervos que tinham só estirado começaram a voltar, hoje (16 anos depois) tenho o movimento da mão e antebraço preservados mas os musculos bícepes deutoide e infraespinhal hipertrofiados e sem sensibilidade e movimento.
obs: a dor do membro fantasma passa depois de um tempo e um remédio bom para amenizar essa dor é o tramal.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRONCOS E DIVISÔES
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Seminário 1- Plexo Braquial

ORIGEM e RELAÇÕES

Responsável pela inervação de todo membro superior

Formado pela união dos ramos ventrais dos nervos espinhais:

Localização:

Lateral à coluna cervical

Entre Mm. escalenos anterior e médio

Póstero-lateral ao M. esternocleidomastóideo

 

 

TRONCOS e DIVISÕES

Troncos:

C5 + C6: Tronco Superior

C7: Tronco Médio

C8 + T1: Tronco Inferior

Divisões:

Anterior

Posterior

 

FASCÍCULOS

Situados em torno da artéria axilar

Fascículos:

Lateral

Medial

Posterior

 

RAMOS TERMINAIS

Ramos terminais:

N. Musculocutâneo: C5, C6 e C7

N. Radial: C5, C6, C7, C8 e T1

N. Axilar: C5, C6 e C7

N. Mediano: C6, C7, C8 e T1

N. Ulnar: C6, C7, C8 e T1

 

OUTROS RAMOS

Existem inúmeros ramos que se formam antes dos ramos terminais anteriormente citados.

Em resumo, são divididos em supra e infra-claviculares.

NERVOS SUPRA-CLAVICULARES

Nervo Dorsal da Escápula: do ramo ventral de C5

Nervo Torácico Longo: formado pelos ramos de C5, C6 e C7

Nervo do Músculo Subclávio: próximo à junção dos ramos ventrais do quinto e sexto nervos cervicais (C5 e C6)

Nervo Supra-escapular: originado do tronco superior (C5 e C6)

 

NERVOS INFRA-CLAVICULARES

Nervos originados no fascículo lateral

Peitoral Lateral: C5, C6 e C7

Nervo Musculocutâneo: C5, C6 e C7

Raiz Lateral do Nervo Mediano: C6 e C7

Nervos originados no fascículo medial

Peitoral Medial: C8 e T1

Nervo Cutâneo Medial do Antebraço: C8 e T1

Nervo Cutâneo Medial do Braço:C8 e T1

Nervo Ulnar: C6, C7, C8 e T1

Raiz Medial do Nervo Mediano: C8 e T1

 

NERVOS INFRA-CLAVICULARES

Nervos originados no fascículo posterior :

Subescapular Superior: C5 e C6

Nervo Toracodorsal: C6, C7 e C8

Nervo Subescapular inferior: C5 e C6

Nervo Axilar:  C5, C6 e C7

Nervo Radial: C5, C6, C7, C8 e T1

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOLLINI, Carlos A. Revisión anatómica del plexo braquial - Rev. argent. anestesiol;62(6):386-398, nov.-dic. 2004.

NETTER. Atlas de anatomia Humana - 2ª edição

TORTORA, Gerard J. Princípios de Anatomia Humana – 10º edição, Editora Guanabara Koogan

Niervos del Membro Superior, sem autor conhecido.

LÓPEZ, Servando; ORTIGOSA, Esperanza. Anatomia del Plexo Braquial. Acessado em: http://www.arydol.es/anatomia-plexo-braquial.php

Pheripheral Nerve Surgery: A resource for surgeons - Washington University School of Medicine in St. Louis. Acessado em: http://nervesurgery.wustl.edu/ap/brachialplexus/Pages/default.aspx

 
 
MÚSCULOS  DO  ANTEBRAÇO
 
 
 
Região Anterior
 
Região Posterior
1ª Camada 
Pronador Redondo 
Flexor Radial do Carpo 
Palmar Longo 
Flexor Ulnar do Carpo 

2ª Camada 
Flexor Superficial dos Dedos 

3ª Camada 
Flexor Profundo dos Dedos 
Flexor Longo do Polegar 

4ª Camada 
Pronador Quadrado
 
Camada Superficial

Extensor dos Dedos 
Extensor do 5º Dedo 
Extensor Ulnar do Carpo 
Ancôneo


Camada Profunda

Abdutor Longo do Polegar 
Extensor Curto do Polegar 
Extensor Longo do Polegar 
Extensor do 2º Dedo (Index)
Região Lateral
Braquiorradial 
Extensor Radial Longo do Carpo 
Extensor Radial Curto do Carpo 
Supinador



PRONADOR REDONDO
Antebraço - Região Anterior - 1ª Camada
Inserção Proximal: Epicôndilo medial do úmero e processocoronóide da ulna 

Inserção Distal: Face lateral do 1/3 médio da diáfise do rádio 

Inervação: Nervo Mediano (C6 - C7) 

Ação: Pronação do antebraço e auxiliar na flexão do cotovelo
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FLEXOR RADIAL DO CARPO
Antebraço - Região Anterior - 1ª Camada
Inserção Proximal: Epicôndilo medial (epitróclea) 


Inserção Distal: Face anterior do 2º metacarpal 


Inervação: Nervo Mediano (C6 e C7) 


Ação: Flexão do punho e abdução da mão (desvio radial)
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PALMAR LONGO
Antebraço - Região Anterior - 1ª Camada
Inserção Proximal: Epicôndilo medial 


Inserção Distal: Aponeurose palmar e retináculo dos flexores 


Inervação: Nervo Mediano (C6 - C8) 


Ação: Flexão do punho, tensão da aponeurose palmar e retináculo dos flexores
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FLEXOR ULNAR DO CARPO
Antebraço - Região Anterior - 1ª Camada
Inserção Proximal: Epicôndilo medial e olécrano 


Inserção Distal: Osso pisiforme, hamato e 5º metacarpal 


Inervação: Nervo Ulnar (C7 - T1) 


Ação: Flexão de punho e adução da mão (desvio ulnar)
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FLEXOR SUPERFICIAL DOS DEDOS
Antebraço - Região Anterior - 2ª Camada
Inserção Proximal: Epicôndilo medial, processo coronóide da ulna e ligamento colateral ulnar 


Inserção Distal: Face anterior da falange intermédia do 2º ao 5º dedos 


Inervação: Nervo Mediano (C7 e T1) 


Ação: Flexão de punho e da IFP - 2º ao 5º dedos
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FLEXOR PROFUNDO DOS DEDOS
Antebraço - Região Anterior - 3ª Camada
Inserção Proximal: Face anterior dos ¾ proximais da ulna e do rádio e membrana interóssea 


Inserção Distal: Face anterior da falange distal do 2º ao 5º dedos 


Inervação: Nervo Mediano (C8 - T1): 2º e 3º dedos. Nervo Ulnar (C8 - T1): 4º e 5º dedos 


Ação: Flexão de punho, IFP e IFD do 2º,3°,4° e 5º dedos
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FLEXOR LONGO DO POLEGAR
Antebraço - Região Anterior - 3ª Camada
Inserção Proximal: Face anterior do rádio, membrana interóssea, processo coronóide da ulna e epicôndilo medial do úmero 


Inserção Distal: Falange distal do polegar 


Inervação: Nervo Mediano (C8 e T1) 


Ação: Flexão da IF do polegar
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PRONADOR QUADRADO
Antebraço - Região Anterior - 4ª Camada
Inserção Proximal: ¼ da face anterior da ulna 


Inserção Distal: ¼ da face anterior do rádio           


Inervação: Nervo Mediano (C8) 


Ação: Pronação
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EXTENSOR DOS DEDOS
Antebraço - Região Posterior - Camada Superficial
Inserção Proximal: Epicôndilo lateral do úmero 


Inserção Distal: Falanges média e distal do 2º ao 5º dedos 


Inervação: Nervo Radial (C7 - C8) 


Ação: Extensão de punho, MF, IFP e IFD do 2º ao 5º dedos  
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EXTENSOR DO 5° DEDO (MÍNIMO)
Antebraço - Região Posterior - Camada Superficial
Inserção Proximal: Epicôndilo lateral do úmero 


Inserção Distal: Tendão do extensor comum para o 5º dedo  


Inervação: Nervo Radial (C7 - C8) 


Ação: Extensão do 5º dedo
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EXTENSOR ULNAR
Antebraço - Região Posterior - Camada Superficial
Inserção Proximal: Epicôndilo lateral do úmero 


Inserção Distal: Base do 5º metacarpal 


Inervação: Nervo Radial (C6 - C8) 


Ação: Extensão do punho e adução da mão (desvio ulnar)    
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ANCÔNEO
Antebraço - Região Posterior - Camada Superficial
Inserção Proximal: Epicôndilo lateral do úmero 


Inserção Distal: Olécrano da ulna e ¼ proximal da face posterior da diáfise da ulna           


Inervação: Nervo Radial (C7 e C8) 


Ação: Extensão do cotovelo
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ABDUTOR LONGO DO POLEGAR
Antebraço - Região Posterior - Camada Profunda
Inserção Proximal: Face posterior do rádio e da ulna e membrana interóssea 


Inserção Distal: 1ª metacarpal 


Inervação: Nervo Radial (C7 - C8) 


Ação: Abdução da mão e do polegar
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EXTENSOR CURTO DO POLEGAR
Antebraço - Região Posterior - Camada Profunda
Inserção Proximal: Face posterior do rádio e membrana interóssea 


Inserção Distal: Face dorsal da falange proximal do polegar           


Inervação: Nervo Radial (C7 - C8) 


Ação: Extensão do polegar
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EXTENSOR LONGO DO POLEGAR
Antebraço - Região Posterior - Camada Profunda
Inserção Proximal: Face posterior do 1/3 médio da ulna e membrana interóssea 


Inserção Distal: Falange distal do polegar           


Inervação: Nervo Radial (C7 - C8) 


Ação: Extensão do polegar
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EXTENSOR DO 2° DEDO (ÍNDEX)
Antebraço - Região Posterior - Camada Profunda
Inserção Proximal: Face posterior da diáfise da ulna e membrana interóssea 


Inserção Distal: Tendão do extensor comum do 2º dedo           


Inervação: Nervo Radial (C7 - C8) 


Ação: Extensão do 2º dedo
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BRAQUIRRADIAL
Antebraço - Região Lateral
Inserção Proximal: 2/3 proximais da crista supracondiliana lateral do úmero 


Inserção Distal: Processo estilóide do rádio 


Inervação: Nervo Radial (C5 e C6) 


Ação: Flexão do cotovelo, pronação de antebraço e supinação até o ponto neutro
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EXTENSOR RADIAL LONGO DO CARPO
Antebraço - Região Lateral
Inserção Proximal: Face lateral do 1/3 distal da crista supracondiliana do úmero 


Inserção Distal: Face posterior do 2º metacarpal 


Inervação: Nervo Radial (C6 e C7) 


Ação: Extensão do punho e abdução da mão (desvio radial)
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EXTENSOR RADIAL CURTO DO CARPO
Antebraço - Região Lateral
Inserção Proximal: Epicôndilo lateral do úmero 


Inserção Distal: Face posterior do 3º metacarpal                


Inervação: Nervo Radial (C7 - C8) 


Ação: Extensão do punho
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SUPINADOR
Antebraço - Região Lateral
Inserção Proximal: Epicôndilo lateral do úmero e ligamento colateral radial 


Inserção Distal: Face lateral e 1/3 proximal da diáfise do rádio 


Inervação: Nervo Radial (C6 e C7) 


Ação: Supinação do antebraço
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Músculos do Antebraço - Vista Anterior 
Dissecação Superficial
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Músculos do Antebraço - Vista Posterior 
Dissecação Superficial
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Músculos do Antebraço - Vista Posterior 
Dissecação Profunda
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Músculos do Antebraço - Rotadores
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Músculos do Antebraço - Flexores
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Músculos do Antebraço - Flexores
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Músculos do Antebraço - Flexores
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Músculos do Antebraço - Extensores
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


Músculos do Antebraço - Extensores
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Síndrome do Desfiladeiro

Rui Ferreira 

O Que é:

Uma compressão do Plexo Braquial - conjunto de cinco raízes que saem da medula no pescoço, comunicando-se entre si, dando origem a todos os nervos do membro superior. 



Descrita pela primeira vez em 1627 pelo médico Inglês William Harvey como uma aneurisma comprimindo o Plexo Braquial. Mayo emérito médico Americano, em 1835, descreve toda a sintomatologia provpcada por um aneurisma da artéria subclávia. Em 1860 Willshire descreve a presença da COSTELA CERVICAL provocando os mesmos sintomas. Em 1906, Murphy dos EUA que descreve a importância do músculo escaleno anterior nessa patologia. Em 1903 Bramwell relata a importância da primeira costela e em 1910 o Australiano MURPHY realiza sua ressecção. Essa cirurgia no inicio do século XIX era bastante complicada pela falta dos meios atuais de anestesia e antibióticos. Em 1927 Adson e Cofey propõem a secção do escaleno anterior como simplificação da terapia cirúrgica, utilizada até os anos 60 pela simplicidade apesar de alta taxa de maus resultados.
O quadro clínico não depende apenas da compressão arterial. A trombose da veia subclávia foi descrita com Síndrome de PAGET-SCHROTTER em 1875 e 1884. Em 1945 Wright insiste sobre a importância das compressões pediculares como causa das compressões, chamada também síndrome de hiper abdução - braço elevado ao máximo. 
Nos anos 60 aparecem indicações de ressecção da clavícula e da primeira costela tanto por via anterior como por via posterior, praticada pelos cirurgiões torácicos. Um deles, tornou~se um dos pioneiros da cirurgia da mão Francesa - Marc Iselin.
Roos em 1966, cirurgião Americano propõe a ressecção da primeira costela por via axilar. Os seus resultados obtidos em 1300 casos operado na época, pelo seu rigor técnico, não foram acompanhado por outras equipes. Foram publicadas séries com graves complicações obtidas. O tratamento cirúrgico por ressecção da primeira costela foi 21% das queixas nas companhias seguradoras americanas com 15.000 queixas entre os anos de 1975 a 1978. O própio Roos em 1982 passa a indicar a resseção total do músculo escaleno anterior, em alguns casos, sem ressecar a primeira costela.
Com o progesso da cirurgia do plexo braquial no adulto - Narakas, Milesi, Alieu, Alnot (Suiça, Austria e França) e Alain Gilbert na cirurgia do plexo obstétrico e novos estudos anatómicos como o de Poitevin em 1980 que mostra todos os elementos anatómicos que comprimem o plexo braquial.
 
Com os trabalhos anatómicos a partir dos anos 70, ficaram conhecidos todos os elementos que participam da compressão do plexo braquial, como podemos na figura seguinte.


I - Desfiladeiro do Sistema Elevador da Pleura - O sistema elevador da pleura foi descrito por Sebileau em 1892, composto de três estruturas provenientes da sétima vértebra cervical e da primeira costela que suspendem a pleura - estrutura anatómica que envolve os pulmões. Comprimem as raízes baixas C8 e D1 que originam fibras dos nervos mediano e ulnar que inervam músculos que movem o ante braço e mão e são responsáveis pela sensibilidade da mão. De uma maneira simplificada os polegar, indicador e médio são inervados pelo mediano e os anular e mínimo pelo nervo ulnar. 


II - Desfiladeiro Inter Escalênico - A artéria subclávia e o Plexo Braquial estão localizados entre os músuclos escalenos anterior e médio. Pode existir um músculo escaleno intermediário ao mesmo nível do ligamento septo costal que causa a compressão do Plexo Braquial. Em 1986 Machendler e colaboradores mostram que o escaleno anterior é predominatnemente formado de fibras do tipo I, de contração lenta e portanto mais propensas as contraturas.



III - Desfiladeiro Costo Clavicular - Espaço compreendido entre a clavícula e a primeira costela. Diminui com o braço elevado ao máximo - Hiperabdução e com o enfraquecimento muscular, descida do ombro, peso, hipertrofia mamária.


Região Clávio-Peitoral - (Entre a clavícula e o músculo peitoral) O ligamento córaco clavicular está em relação direta com a veia subclávia e pode participar da sua compressão.



Região Posterio do Músculo Pequeno Peitoral - Região delimitado anteriormente pelo músculo pequeno peitoral e posteriormente pela parede da axila. Pode também comprimir o pedículo vásculo nervoso.



Região Anterior da Cabeça do Úmero - Quando o braço está aberto e para trás (Abdução e retropulsão) o plexo vásculo nervoso está em contato com a cabeça do úmero. É importante lembrar de uma anomalia congênita, a presença do músculo de LANGER (11) que comprime, quando presente todas as estruturas.



Além dessas estruturas a presença de COSTELA CERVICAL pode comprimir também todas estrutura vásculo nervosa do plexo braquial. Está presente, segundo vários autores entre 0,004 a 1% da população, 3 vezes mais frequente na mulher, 50% dos casos bilateral. É SINTOMÁTICA APENAS EM 5 A 10% DOS CASOS.
Entretanto um traumatismo na região cervical, pode torná-la patogênica. Gruber, em 1869, classifica em 4 tipos.



Tipo I - Não é maior do que a apófise transversa ou menor do que 2,5cm
Tipo II - Maior do que 2,5cm, apresentando uma ponta afilada com inserção muscular ou banda fibrosa
Tipo III - Encontra-se com a primeira costela de maneira simples ou bifurcada.
Tipo IV - Desenvolvimento completo se articulando com o externo.

Sinais e sintomas
Dor, dormência, peso nos braços, dificuldade de portar pesos e elevar os braços. CEFALEIA
Toda sintomatologia nervosa se traduz por formigamento, dormência e em casos mais graves ou avançados, paralisia. Outras compressões nervosas também se manifestam da mesma maneira, sendo necessário o especialista identificar o local da compressão. É sabido que um nervo quando comprimido em um local há bastante mais chance de ser comprimido em outro, como foi descrito por Delon - Double Chush Syndrome - compressão em duplo estágio.
A dor tem uma característica profunda, referida pelo paciente como de fosse no osso. A cefaleia tem uma característica de ser constante e normalmente o paciente refere sofrer a bastante tempo, tendo esgotado todas suas tentativas de tratamento.
Segundo NARAKAS, deve-se verificar:
1. Anomalias da Postura
2. Provocação de problemas sensitivos com vários testes e exames
3. Diagnóstico diferencial com problemas locais na coluna, problemas locais do ombro, dor complexa de manutenção simpática e afecções sistêmicas.

Testes Provocativos - 

Sinal de Morley - Pressão na apófise transversa de C7 provocando dor e desencadeando problemas sensitivos na mão e ombro. Indica compressões nas raízes superiores. Sinal simples de comprovada eficácia.
Sinal de Bauer - Dor na fossa supra clavicular. Eficácia duvidosa.
Sinal de Greenstone - Pressão de 30 segundos na inserção costal do músculo escaleno anterior. Positivo na presença de dor do lado afetado.
Teste de Allen - Paciente



Exames complementares

Radiografia - Para verificação do eixo da coluna e presença de costela cervical.


RNM - Ressonância Nuclear Magnética - pode visualizar o plexo braquial, massas musculares e bandeletas fibrosas de origem da coluna cervical. Sua interpretação ainda é difícil, porém com a melhora das imagens será bem mais fácil. A angio ressonância com as reconstruções em 3D, são de grande valia no estudo das compressões da síndrome do desfiladeiro.


Ultrassonografia Doppler das Artérias dos Membros Superiores - deve ser realizada sistematicamente para verificação de COMPLICAÇÕES VASCULARES, como estenose - estreitamento da artéria, aneurisma ou trombose parcial. Em caso de anomalia será realizado uma arteriografia.


Arteriografia - indicada após lesão diagnosticada pela ultrassonografia doppler. Mostra estenoses e dilatação pós estenose assim como presença de aneurismas e fístulas artério venosas. Essas estenoses e dilatações normalmente são curadas após a liberação da estenose. Em casos de lesões da parede arterial, trombose, aneurisma, deve ser corrigido para evitar todos os problemas tromboembolíticos.



Tratamento
Conservador - Em 1956, Peet, da Clinica Mayo, propôs um protocolo baseado em uma série de exercícios. Outros protocolos existem que chegam a aliviar os sintomas dos pacientes jovens, quando diagnosticados precocemente. Há estatísticas mostrando a melhora dos sintomas de 66 a 88%. Em 10 a 20% dos casos há um agravamento com o tratamento conservador o que indica o tratamento cirúrgico. Além dos exercicos, variável de acordo com o protocolo empregado, o paciente deve ser orientado para adotar uma posição mais ergonômica no trabalho e nas atividades da lida diária, como evitar carregar pesos, movimentar a cabeça para os lados (dentistas, arquitetos e músicos), portar pesos nos ombros (bolsa das mulheres, sacola estudantil e militar), levantar os braços etc

Cirúrgico - Como explicado anteriormente, a síndrome do desfiladeiro cérvico torácico, foi e é ainda, motivo de controvérsias académicas. Diagnosticada e tratada pelos cirurgiões vasculares, cirurgiões torácicos e cirurgiões da mão.
Como pode haver lesões vasculares como as estenoses, dilatações, tromboses, aneurismas, fístulas, o cirurgião torácico atende e trata essa patologia do seu ponto de vista com eficacidade para essas e outras lesões. 
Como historicamente os tratamentos propostos iniciaram-se pela ressecção da primeira costela, o cirurgião torácico também pode tratar essa patologia.
Com a evolução da cirurgia do plexo braquial em adulto e em crianças que nascem com paralisia do plexo braquial pós trauma do parto, a anatomia dessa região é familiar aos especialistas em cirurgia da mão.
Os tratamentos propostos para resolver os problemas da síndrome do desfiladeiro que não melhoraram com as mediadas conservadoras iniciaram-se na história com a ressecção da primeira costela por via anterior ou posterior. Pela grande quantidade de complicações nos séculos passados quando os meios eram diferentes dos de hoje, foi sugerido a secção e posteriormente a ressecção do músculo escaleno anterior. 
Nos anos 60 aparecem indicações de ressecção da clavícula e da primeira costela tanto por via anterior como por via posterior, praticada pelos cirurgiões torácicos. Um deles, tornou~se um dos pioneiros da cirurgia da mão Francesa - Marc Iselin.
Roos em 1966, cirurgião Americano propõe a ressecção da primeira costela por via axilar. Os seus resultados obtidos em 1300 casos operado na época, pelo seu rigor técnico, não foram acompanhado por outras equipes. Foram publicadas séries com graves complicações obtidas. O tratamento cirúrgico por ressecção da primeira costela foi 21% das queixas nas companhias seguradoras americanas com 15.000 queixas entre os anos de 1975 a 1978. O próprio Roos em 1982 passa a indicar a resseção total do músculo escaleno anterior, em alguns casos, sem ressecar a primeira costela.
Atualmente, com o conhecimento dos diferentes locais de compressão, o diagnóstico acurado da sua localização, 90% nos locais I, II e III da figura abaixo, uma cirurgia mais simples é proposta.


Com anestesia loco regional, uma pequena incisão na região supra clavicular é realizada. O músculo escaleno anterior é seccionado, antes como tratamento, hoje como acesso as estruturas que comprimem todo plexo braquial, identificando e seccionando-as. Caso haja compressão nos setores IV, V e VI é necessário uma incisão um pouco maior. Nessa liberação a artéria subclávia é vista e testada ao vivo durante a cirurgia. Normalmente é colocado um selante de fibrina no local com a finalidade de coagulação é prevenção de novas fibroses
Os pacientes tem alta no mesmo dia e são liberados para TODAS atividades do dia a dia e laborativa leve no dia seguinte.
Caso apresente recidiva as compressões baixas devem ser reexaminadas.
É importante ressaltar que o diagnóstico pré operatório deve ser preciso. Há casos de concomitância de patologias compressivas nervosas, como a síndrome do canal do carpo, síndrome do pronador, síndrome do supinador. Caso o paciente apresente um diagnóstico do canal do carpo e síndrome do desfiladeiro e ou pronador (compressão do nervo mediano na mão e no ante braço) deve ser tratado antes e observado. Caso a sintomatologia não passe, deverá posteriormente ser operado para a liberação do plexo braquial na região cervical. Em raros caos, pode haver indicação de liberação de todas compressões.
Finalmente é importante saber que toda compressão nervosa guarda uma memória e que a remissão dos sintomas demora, às vezes, alguns meses para desaparecer.

SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO
 
Quem sofre dessa disfunção, provavelmente, entende o seu significado pelo sofrimento ocasionado. Ainda assim, algumas questões sempre surgem, como por exemplo, “o que é o túnel do carpo?”, “como essa disfunção ocorre?”, “o que posso fazer para aliviar os sintomas”, “existe algum tratamento eficaz?”.
Se você sofre dessa síndrome ou quer apenas entender mais sobre ela, então vamos juntos entender melhor esse problema.
 
Em primeiro lugar, vamos compreender o nervo mediano:
 
- O nervo mediano é uma estrutura originada a partir de raízes nervosas que nascem na medula espinhal cervical e segue até a regia da mão inervando em seu trajeto quase todos os músculos flexores do antebraço, os músculos pronadores e quase toda a face palmar cutânea da mão.
 
 
 
Em segundo lugar, vamos compreender o túnel do carpo:
 
- o túnel do carpo corresponde a uma região formado pelos ossos do carpo (ou seja, ossos da mão) por onde passam tendões dos músculos flexores profundo dos dedos (esse não é inervado pelo nervo mediano, mas ulnar), músculos superficial dos dedos e flexor longo do polegar. Essa região é coberta por uma outra estrutura chamada de retináculo dos flexores, através do qual passa o tendão do músculo flexor radial do carpo.
 
 
 

Inicialmente, devemos entender que a síndrome do túnel do carpo é uma neuropatia compressiva do nervo mediano no canal do carpo. Que acomete mais frequentemente mulher entre 35 e 60 anos.



Seu quadro clínico é caracterizado por dor intensa, parestesia (formigamento) e dormência na região da mão e dedos, com predomínio noturno, sendo muitas vezes a causa do indivíduo acordar para levantar as mãos ou balançá-las. Quando não tratada, pode evoluir para um quadro de fraqueza impossibilitando escrever, segurar objetos, dirigir automóvel, abotoar blusas, etc


O surgimento da síndrome do túnel do carpo pode estar relacionado ao trabalho com esforços repetitivos em flexão-extensão do punho – LER/DORT (digitação, costura, etc.), a situações de queda sobre a mão (com ou sem história de fratura na região do membro superior), alterações hormonais e inflamações dos tendões dos músculos que passam pelo canal do carpo (como ocorre durante a gravidez, por exemplo). Apesar desses fatores, é fundamental que uma avaliação seja sempre feita com critérios para um diagnóstico diferencial, como por exemplo, investigar questionar sobre acometimento de algum tipo de tumor  ou afecções anteriores ao início do quadro sintomatológico do paciente, por exemplo, dentre outros.
 
Alguns procedimentos possam facilmente ser aprendidos para aliviar os sintomas diariamente, como alongamento da musculatura flexora de dedos e punho, aplicação de compressa sobre a região, exercícios de fortalecimento, etc. Entretanto, se não for feito o devido tratamento, a síndrome do túnel do carpo vai persistir e assumir uma forma crônica da doença. Ocasionando os sintomas anteriormente já comentados.
 
 
 
 
O tratamento osteopático da síndrome do túnel do carpo vai analisar de modo analítico e global o envolvimento de cada estrutura que possa estar relacionada aos sintomas. A partir daí, um diagnóstico será fechado buscando encontrar a origem real desses sintomas (o que chamamos em osteopatia de disfunção primária) e desenvolvido um tratamento específico para cada paciente (cada indivíduo tem a sua individualidade, e consequentemente, uma forma diferente do surgimento da doença) com técnicas próprias para cada tipo de tecido – osso, ligamento, nervo, fáscia muscular, etc.
 
Nosso corpo não foi feito para “se acostumar com a dor”. Essa idéia apenas faz com que a doença persista e cause danos maiores ao longo do tempo. 
Se você sofre de síndrome do túnel do carpo, procure ajuda de um profissional qualificado.

Quais os tipos de fisioterapia ?

 

Os recursos de tratamento fisioterápico variam conforme o objectivo (tratamento analgésico, anti-nflamatório, diagnóstico, hipertrofia muscular, etc.), condições do paciente e estágio em que a lesão se encontra, e podem ser classificados principalmente em:

Cinesioterapia: terapia realizada por meio de exercícios de alongamento e fortalecimento, mobilizações, etc, visando a movimentação. Esta é a terapia mais utilizada, sozinha ou associada a outras formas de tratamento (eletroterapia, crioterapia, mecanoterapia, etc.)

Crioterapia: terapia realizada com o uso de frio nas mais variadas formas: compressas, imersão, varredura, entre outras, para obtenção de analgesia, redução da inflamação e edema, estimulação neuromuscular, etc.

Eletroterapia: – terapia realizada por meio de equipamentos que fazem uso da corrente elétrica em vários parâmetros físicos (intensidade, frequência, etc.) conforme o objetivo a ser atingido. As principais acções terapêuticas incluem a analgesia, excitação neuromuscular, regeneração de tecidos vasculares, iontoforese – introdução de medicamentos e diagnósticos de condições neuromusculares e órgãos internos. São os famosos “choquinhos”: TENS(neuroestimulação eléctrica transcutânea), eletroacupuntura, correntes diadinâmicas, interferenciais, FES(Estimulação Eléctrica Funcional), etc.

Fototerapia: Terapia realizada por meio de luz (parâmetros físicos variáveis) para promoção de analgesia, reparo tecidual, redução da inflamação, entre outros. Ex.: infravermelho, laser, etc.

Hidroterapia: Terapia por meio de exercícios realizados na água (fria ou morna) com imersão parcial ou total do corpo, visando relaxamento muscular, mobilidade articular, etc.

Massoterapia: Terapia realizada por meio de massagens como a drenagem linfática, massagem, clássica e reflexa, etc. Os principais objectivos variam conforme a técnica utilizada: relaxamento muscular, drenagem de membros, estimulação de vísceras, etc.

Mecanoterapia: Terapia realizada por meio de agentes mecânicos com parâmetros variáveis como as demais com finalidade analgésica, anti-inflamatória, sonoforese – introdução de medicamentos pelo ultra-som, etc.

Respiratória: Terapia que inclui variadas formas de tratamento para reabilitação e promoção de saúde do sistema respiratório. Ex.: vibração manual, tosse assistida, pressão expiratória, drenagem postural, uso de incentivadores respiratórios, etc.

Terapia Manual: Terapia realizada por meio de técnicas manuais. Geralmente confundida com a massoterapia, distingue-se pela finalidade de restabelecer os movimentos e funções fisiológicas através de manipulações articulares e tecidos moles, alongamentos de fáscias e músculos, etc.

Termoterapia: Terapia realizada por meio de calor seco ou húmido com parâmetros físicos variáveis conforme o objectivo. Aqui entram as terapias por meio de ondas curtas e bolsas de água quente, entre outros, e visam a analgesia, relaxamento muscular, etc.
 

Bronquiolite - A Fisioterapia Respiratória ao cuidado do seu Bebé

 


 


A Bronquiolite Viral Aguda (BVA) é uma doença inflamatória aguda das vias aéreas inferiores (bronquíolos). É frequente nos dois primeiros anos de vida, apresentando um pico de incidência por volta  dos seis meses de idade. Trata-se de uma patologia  causada por um agente viral que provoca infeção e obstrução das vias aéreas de pequeno calibre. A bronquiolite é uma doença sazonal, ocorrendo principalmente nos meses de Outono, entre Dezembro e Março.
 
A principal causa de internamento e consulta nas unidades de emergência pediátrica está relacionada com problemas respiratórios. Em crianças pequenas, as vias respiratórias são mais estreitas e delicadas e portanto, mais sensíveis à obstrução e á inflamação das vias aéreas. Os problemas respiratórios mais frequentes, podem ocorrer a nível das vias aéreas superiores (nariz, boca, seios perinasais e garganta) ou vias áreas inferiores (brônquios e bronquíolos).
A causa mais frequente é o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por pelo menos 75% dos casos de hospitalização. Outros vírus causadores de BVA são parainfluenza, influenza, adenovírus, rinovírus, coronavírus e, mais recentemente descrito, o metapneumovírus humano.
 
O VSR pode causar infeção no nariz, garganta, traqueia, bronquíolos e pulmão. A infeção do epitélio bronquiolar provoca edema da mucosa, aumentando a produção do muco, causando obstrução das vias aéreas. A obstrução do calibre bronquiolar produz atelectasias (colapso dos pulmões), provocando hipoxémia (falta de oxigénio) e alterações das trocas gasosas. Numa fase inicial a criança apresenta secreções ao nível do nariz, tosse e sibilos. Posteriormente, com 2 ou 3 dias de evolução, a criança pode começar a apresentar dificuldades respiratórias, acompanhas por tosse. Nesta fase, é frequente que as crianças apresentem diminuição do apetite.
O tratamento das bronquiolites inclui tratamento farmacológico, oxigenioterapia, nebulizações, posicionamento, alimentação e ingestão de líquidos e Fisioterapia respiratória.
 
Os antibióticos não são usados ​​para tratar doenças virais e não alteram o curso da infecção viral. O uso de antibióticos nas bronquiolites é controversa. O uso desnecessário de antibióticos, pode matar bactérias benéficas para o corpo e incentivar o desenvolvimento de substâncias perigosas, resistentes aos antibióticos de bactérias. Por outro lado, a broncopneumonia progride facilmente com a bronquiolite, razão pela qual alguns autores aconselham o uso de antibióticos de largo espetro. As crianças com bronquiolite também estão propensas à  desidratação, devido à pobre ingestão de alimentos  e ao aumento da perda de água, devido ao aumento da frequência respiratória. Assim sendo, é muito importante a hidratação.
 
A Fisioterapia tem um papel fundamental no tratamento desta patologia, sendo recomendada quando há obstrução das vias aéreas superiores, da traqueia e dos brônquios por secreções. São utilizadas com o intuito de promover desobstrução (higiene brônquica), desinsuflação pulmonar, re-expansão (nos casos de atelectasias) e posterior remoção das secreções das vias aéreas.
 
Um protocolo de fisioterapia que utiliza técnicas de expiração lenta e prolongada, associada à tosse provocada, contribui para uma melhoria dos sintomas de obstrução na bronquiolite e não representa qualquer risco para a criança. A Fisioterapia Respiratória clássica (cinesioterapia respiratória), que incluia a vibração, percussão (denominada de “pancadinhas”) e drenagem postural são técnicas completamente ineficazes na remoção das secreções. Alguns estudos científicos comprovam que estas apresentam efeitos adversos, tais como o colapso brônquico, o aumento das sibilâncias e hipoxia.
 
A aplicação diária de técnicas fisioterapeuticas, como a expiração lenta prolongada, associada à tosse provocada, realizadas por fisioterapeutas com formação específica nesta área, promovem uma remissão mais rápida dos sintomas respiratórios e clínicos, como redução da febre e dispneia, melhoria da auscultação pulmonar, diminuição da tosse e aumento do apetite. Estas manobras consistem na reprodução do movimento fisiológico da expiração (lenta e prolongada) através das mãos do Fisioterapeuta, com o objectivo de eliminar as secreções através da tosse provocada ou através da aspiração nasal (meio não invasivo).
 
O VSR é muito contagioso e  pode disseminar-se de pessoa a pessoa, por meio do contato das secreções contaminadas do doente com os olhos, nariz e boca do indivíduo. Por isso a prevenção e a higiene é muito importante. Conselhos para previr a ocorrência de bronquiolites:
 
  •  Lavar as mãos sempre que se estiver em contato com a criança (anti-sépticos);
  •  Desinfetar diariamente os objetos com os quais a criança contata;
  •  Evitar ambientes públicos onde exista fumo e grandes aglomerados de pessoas;
  • Em alturas de epidemia evitar contatos muito próximos com a criança (beijos, abraços, etc…);
  •  Manter a temperatura ambiente nunca superior a 19º e evitar diferenças de temperatura;
  •  Não trocar biberão, chupeta, etc. com outros bebés sem desinfeção prévia;
  •  Aprender com o seu fisioterapeuta a fazer uma correta limpeza nasal com soro fisiológico;
  • Aprender a evolução da doença e prevenir alguns sinais e sintomas. 
 

“INCHAÇO” NAS PERNAS. O QUE FAZER?

 
 
 
 
A origem mais comum dos Edemas dos membros inferiores parece estar relacionada com duas patologias, principalmente, a Insuficiência Linfática e a Insuficiência Venosa Crónica que tanto poderão aparecer simultaneamente como em separado.
Os sinais e sintomas sentidos pelas pessoas que sofrem destas condições são as pernas e/ou pés inchados, pesados, cansados, que poderão piorar ao longo do dia, melhorar ou não com a elevação das pernas e com o descanso, consoante a patologia. 
Quem sofre destes problemas sabe que a chegada do calor do Verão piora bastante estes sintomas e isto é muitas vezes limitativo de realizar algumas actividades que necessitem de mais tempo de pé, andar ou de utilizar roupa e sapatos mais descobertos.
Para diminuir o impacto causado por estas patologias, principalmente nesta época do ano, as técnicas de drenagem linfática e venosa, assumem uma importância vital no conforto e na redução do volume das pernas e/ou pés.
Para um óptimo resultado é fundamental avaliar inicialmente o tipo de edema presente, se maioritariamente linfático, venoso ou misto (linfático e venoso). Esta divisão assume uma importância enorme na escolha das técnicas a utilizar.
Quando estamos presentes a um edema linfático utilizar-se-ão principalmente duas técnicas com objectivos diferentes mas complementares: Drenagem Linfática Manual (DLM) que remove o fluído linfático estagnado das áreas edemaciadas para outros locais do corpo. Este processo requer a aplicação de uma pressão suave, pela localização superficial da rede linfática, imediatamente abaixo da pele, reduzindo a concentração de proteínas dos espaços intersticiais e facilitando o retorno do fluxo linfático para a circulação venosa. Após a DLM, e com objectivo de drenar principalmente a componente líquida do edema (água) utiliza-se a Pressoterapia, manga pneumática com vários compartimentos, que exerce pressão sobre os tecidos através do enchimento de cada câmara com ar, funcionando de distal para proximal.
Após o 1º tratamento é normalmente sentido aumento no conforto e diminuição do volume, melhorando cada vez mais ao longo dos tratamentos.
A este conjunto de técnicas, e para que os resultados se possam manter no tempo,  deve-se juntar a utilização de meias de contenção elástica, que deverão ser colocadas pela manhã (enquanto o volume do edema é menor), descanso na cama ou sentado com os membros inferiores elevados, o exercício físico nas horas de menor calor (o excesso de peso e o sedentarismo são alguns dos maiores motivos para os edemas dos m. infs.) e uma adequada alimentação e ingestão de líquidos.
Por se tratar de uma condição de saúde, que necessita de uma cuidada avaliação e aplicação de técnicas adequadas, é de vital importância que estes casos clínicos sejam acompanhados por profissionais de saúde.
 

Fisioterapia Após Cirurgia a Cancro de Mama

 
O cancro da mama é mundialmente o tumor maligno mais frequente nas mulheres, sendo a primeira causa internacional de morte por cancro feminino.

Também em Portugal é o tumor mais frequente nas mulheres, com cerca de 4300 novos casos e 1500 óbitos estimados em 2002, sendo a principal causa de morte por neoplasia no sexo feminino.

Os tratamentos mais frequentes e também os mais eficazes para esta condição são, para além do Cirúrgico, a Radioterapia, a Quimioterapia e a Hormonoterapia.

Quer pelos dados estatísticos referidos anteriormente, quer pelos procedimentos inerentes às terapêuticas, torna-se importante averiguar as principais complicações que delas advêm, nomeadamente o aparecimento de Linfedema no membro superior homolateral à cirurgia, a alteração da mobilidade do membro superior e a alteração da postura.
 
 
Quais são os problemas clínicos que podem surgir secundariamente às Terapias Oncológicas?
  • Diminuição das amplitudes articulares;
  • Diminuição da força muscular;
  • Alteração do estado emocional;
  • Alterações posturais;
  • Alterações da sensibilidade;
  • Desenvolvimento de linfedema;
  • Aderências da parede torácica;
  • Dor.
 
 
De que forma é que a Fisioterapia pode ajudar?
Após a cirurgia ao cancro de mama, o fisioterapeuta poderá ajudar na:
 
· Recuperação funcional/ Redução da Dor
 
Atua no sentido de melhorar, não só a função, mas também a dor do membro superior do lado operado, através da normalização das amplitudes articulares, força muscular e da melhoria da mobilidade da pele e tecidos.
 
· Recuperação estética
 
Prepara a pele e os tecidos, melhorando o resultado estético na reconstrução mamária.
 
  • Prevenção do Linfedema/Infecções Subcutâneas
Ensina a/o doente a ter um novo comportamento com o braço do lado operado, de forma a prevenir o aparecimento de linfedema e infeções subcutâneas.
Tendo em conta a cronicidade desta condição, o fisioterapeuta pode aconselhar as doentes para os riscos de aparecimento e agravamento do linfedema e, no caso deste já se encontrar instalado, proceder ao seu tratamento.
 
  • Correção das Alterações Posturais
Após a cirurgia, podem surgir alterações do alinhamento corporal decorrentes da própria mastectomia (pela perda de tecido mamário) e/ou da adoção de posturas anti-álgicas (proteção da dor) que poderão resultar em alterações posturais.
 
 
O Que é o Linfedema e porque razão pode surgir?
O Linfedema secundário a cirurgia a cancro de mama trata-se de uma condição crónica que consiste numa acumulação excessiva de fluído, rico em proteínas, no espaço intersticial, que ocorre quando a drenagem linfática do membro superior é interrompida como consequência daremoção dos nódulos linfáticos axilares, ou pela irradiação por parte da radioterapia, ou por ambas as razões.
 
 
Quais os Fatores de Risco para o seu Desenvolvimento?
Qualquer mulher submetida a esvaziamento ganglionar axilar tem um elevado potencial para desenvolver linfedema do membro superior, mesmo que tenham passado alguns anos e não tenha surgido nenhum sintoma até então.
No entanto, e de acordo com alguns estudos, existe uma relação entre a extensão dos procedimentos cirúrgicos, o número de gânglios excisados, a adição de radioterapia à axila,infeções da peleobesidade idade avançada e o desenvolvimento de linfedema secundário em doentes após cirurgia a cancro de mama.
 
 
Que tipo de cuidados podemos ter para prevenir o seu Aparecimento?
Após a Mastectomia, existem vários cuidados a ter em conta que podem ajudar a reduzir as probabilidade de aparecimento do Linfedema. Assim deve-se evitar:
 
  •  Medir a tensão arterial no membro afetado;
  • Fazer perfusões no membro afetado;
  •  Aplicar calor no membro afetado;
  • Apanhar sol na área afetada;
  • Picadas, traumatismos, queimaduras no membro afetado;
  • Realizar trabalhos pesados com o lado afetado;
  • Usar camisolas com mangas apertadas, anéis, relógios ou pulseiras no ladoafetado;
  • Dormir sobre o lado operado;
  • Retirar as cutículas das unhas do lado afetado.
 

Mesmo quando  o Linfedema já está instalado, existe tratamento possível?
Sim. Apesar do linfedema já estar instalado, é possível reverter a situação com tratamento adequado. No entanto, este potencial de recuperação, depende sobretudo do tempo de instalação do linfedema e do seu grau de gravidade. Quanto maior for o tempo de instalação e gravidade, menor poderá ser o potencial de recuperação. No entanto, é importante frisar que  o linfedema não é totalmente reversível, uma vez que existem alterações como a destruição das fibras de colagéneo da pele e deposição de células adiposas.
 
Quais as Consequências do Linfedema não tratado?
Para além das consequências estéticas (alteração da imagem corporal, diminuição da auto-estima) existem consequências para a saúde, nomeadamente danificação dos vasos, em casos mais graves pode surgir elefantíase e mais raramente, linfangiossarcoma.
 
 
Qual a importância da Fisioterapia nos casos de Lindedema?
A fisioterapia desempenha um papel fundamental na recuperação e tratamento de casos de linfedema através da Terapia Linfática Descongestiva (T.L.D.).
Segundo a Sociedade Internacional de Linfologia, o tratamento consiste em duas fases: a primeira será a de Redução e a segunda a de Manutenção.
 
Durante a fase de Redução, os objetivos passam por:
  • Reduzir o volume do membro;
  • Restituir a sua forma;
  • Melhorar a condição da pele e tecidos;
  • Melhorar a mobilidade;
  • Reduzir o desconforto do membro.
 




Esta fase de tratamento deverá englobar:
 
• Drenagem Linfática Manual  (DLM)
Trata-se de uma técnica manual cujo objetivo é facilitar o fluxo linfático e remover o fluído linfático estagnado das áreas edemaciadas para outros locais do corpo que o podem receber e continuar com o processo normal de eliminação da linfa. (Mondry et al ,2004).
Este processo requer a aplicação de uma pressão suave, pela localização superficial da rede linfática, imediatamente abaixo da pele. (Mondry et al, 2004).
A DLM reduz a concentração de proteínas dos espaços intersticiais, melhorando a eliminação da linfa que está em excesso (Cheville et al, 2003), facilitando o retorno do fluxo linfático para a circulação venosa. (Mondry et al, 2004).
 
• Pressoterapia
Consiste numa manga pneumática com vários compartimentos, que exerce pressão sobre os tecidos através do enchimento de cada câmara com ar, funcionando de distal para proximal. (Petrek et al, 2000).
Brennan & Miller (1998) sugerem que as mangas pneumáticas produzem uma onda de pressão que ascende à extremidade superior do membro superior ou inferior, levando a que o fluído linfático acompanhe essa onda de pressão, o que permitirá o transporte do fluído retido em direcção às estruturas linfáticas que podem ajudar na sua remoção.
 
• Aplicação de Bandas Multicamadas
As bandas multicamadas utilizadas para o tratamento do linfedema comportam-se como um “envelope” não elástico. (Leduc et al, 1998).
Um efeito secundário do linfedema é a redução da elasticidade da pele, que se repercute na perda de pressão dos tecidos, levando à acumulação de linfa. A aplicação deste tipo de bandas confere a compressão externa necessária para que o músculo possa exercer uma função “bombeadora”. (Mondry et al, 2004) Este facto irá permitir aumentar o fluxo linfático (Leduc et al, 1990, citados por Leduc et al, 1998), ajudando também na redução da fibrose do linfedema. (Mondry et al, 2004).
 
• Exercícios Isotónicos
A realização de contracção muscular isotónica durante a utilização das bandas resulta num aumento considerável da reabsorção do linfedema (Leduc et al, 1998) causada pela contração rítmica e em série dos músculos envolvidos. (Cheville et al, 2003)
Estes exercícios, repetidos, exercem uma força de compressão sobre as estruturas linfáticas, através da contracção e relaxamento alternados dos músculos, activando a contração do músculo liso existente no interior das paredes dos coletores linfáticos. (Cheville et al, 2003).
 
• Cuidados de Higiene com a pele
Os objetivos destes cuidados são essencialmente, minimizar a colonização de bactérias e fungos e hidratar a pele (prevenindo o aparecimento de “fendas”). (Cheville et al, 2003)
A segunda fase (Manutenção),  tem início após o utente receber “alta” dos tratamentos de fisioterapia e tem como objetivo manter os efeitos obtidos na fase de redução, evitar a reacumulação de linfa e prevenir a fibrose dos tecidos. Deverá englobar o uso contínuo da manga de contenção elástica e os cuidados de higiene com a pele.
 
Tabela I- Apresentação esquemática das fases de tratamento e respetivos objetivos
 
FASE DE REDUÇÃO
FASE DE MANUTENÇÃO
DLM – para desorganizar proteínas e reabsorvê-las.
Pressoterapia - para drenar sobretudo a componente líquida do linfedema (água).
Bandas Multicamadas – deverão ser mantidas   após cada sessão de tratamento (dia e noite) para dar continuidade à drenagem.
Exercícios Isotónicos – Contração muscular para potenciar o efeito das Bandas multicamadas.
 
 
Contenção Elástica – para manter os resultados atingidos na fase de redução.
 
Cuidados de Higiene com a pele – para prevenir o “reaparecimento” do linfedema.
 
BIBLIOGRAFIA
 Brennan, M. & Miller, L. (1998). Overview of treatment options and review of the current role and use of compression garments, intermitent pumps, and exercise in the management of Lymphedema. American Cancer Society Lymphedema Workshop – Supplement to cancer, 83 (12), 2821-2826.
• Cheville, A. et al (2003). Lymphedema Management. Seminars in Radiation Oncology, 13 (3),290-301.
• Leduc, O. et al (1998). The Physical Treatment of Upper Limb Edema. American Cancer Society Lymphedema Workshop – Supplement to Cancer, 83         (12), 2835-2839.
• Mondry, T. et al, (2004). Prospective Trial of Complete Descongective Therapy for Upper Extremity Lymphedema after Breast Cancer Therapy. The Cancer J   ournal, 10 (1), 42-47.
• Petrek, J. et al, (2000). Lymphedema: Current Issues in Research and Management. A cancer Journal for Clinicians50 (5), 292-306.
 

Estudo retrospectivo sobre a efectividade da Terapia Manual em utentes com Lombalgia

 
 
 

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RESUMO
Introdução: A Lombalgia é o sintoma mais comum tratado pelo Fisioterapeuta, existindo centenas de artigos que se dedicam a esta temática. Na sequência do estudo deste tema um grupo de trabalho da Physioclem realizou um pequeno estudo retrospectivo com o objectivo de avaliar qual a efectividade do tratamento de utentes com diagnóstico de Lombalgia, baseado em técnicas de Terapia Manual e Ensino,tratados na Physioclem, através da medição dos resultados Imediatos e a Longo prazo (um ano) do mesmo.Metodologia: A amostra de utentes em estudo foi selecionada a partir do software de registo interno da Physioclem, constituindo-se como critérios de inclusão utentes que tenham recorrido aos serviços de fisioterapia da empresa pela primeira vez, com queixas de lombalgia, durante o primeiro trimestre do ano 2011. Após a aplicação dos critérios de inclusão foi obtida uma amostra efectiva de 13 utentes à qual foi aplicado um questionário, via telefónica. Para obtenção de dados mais pormenorizados foi realizada a caracterização das sessões quanto ao tipo de tratamento prestado; número total de sessões e intervalo de dias entre cada sessão, concluindo-se que estas incluíram as componentes de Ensino, Terapia Manual e Exercício, numa média de 3 sessões totais, com uma média de 8 dias de intervalo entre cada sessão. Resultados: Para a medição dos resultados Imediatos e a Longo prazo o grupo elaborou uma escala com cinco classificações. Para a atribuição de cada classificação o grupo realizou um estudo individualizado de cada utente da amostra no sentido de avaliar se: 1) os tratamentos tinham Agravado a sua condição clínica; 2) os tratamentos se tinham revelado SemResultado; 3) os tratamentos tinham manifestado Pouco Resultado; 4) os tratamentos tinham apresentado BomResultado ou, por último, 5) os tratamentos tinham representado Muito Bom Resultado. Assim, como resultados Imediatos obtivémos um total de nove utentes que mencionaram Bom resultado e um total de quatro utentes que indicam Muito Bom Resultado com as correspondências percentuais de 69% e 31%, respectivamente. Relativamente aos resultados a Longo Prazo foi concluído que 62% dos utentes revelaram BONS Resultados e 85% apresentaram resultados POSITIVOS, contrastando claramente com os 15% de utentes para os quais os tratamentos não surtiram efeito e foram classificados como Sem Resultado. Conclusões: Os achados do presente trabalho corroboram todas as indicações provenientes do estudo que a equipa Physioclem tem dedicado ao tema da Lombalgia. O Ensino, a Terapia Manual e o Exercício apresentam-se como as técnicas efectivas no tratamento desta condição clínica e este benefício mantém-se, pelo menos por um ano, na maioria dos utentes, após a realização das sessões de tratamento.
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A dor lombar constitui, em Portugal e na Europa, um motivo frequente para a utilização de cuidados de saúde, em particular consultas de medicina geral e familiar, ortopedia, e cuidados de fisioterapia, tornando-se um dos maiores problemas para os sistemas de saúde pública no mundo ocidental durante a segunda metade do século vinte.

Na sequência do estudo desta temática e do desenvolvimento de alguns trabalhos acerca da efectividade das técnicas de Fisioterapia no tratamento da dor lombar crónica um grupo de trabalho da Physioclem realizou um pequeno estudo retrospectivo com o objectivo de avaliar qual a efectividade do tratamento de utentes com diagnóstico de Lombalgia, baseado em técnicas de terapia manual e ensino, através da medição dos resultados imediatos e a longo prazo do mesmo.
A amostra de utentes em estudo foi selecionada a partir do software de registo interno da Physioclem, constituindo-se como critérios de inclusão utentes que tenham recorrido aos serviços de fisioterapia da empresa pela primeira vez, com queixas de lombalgia, durante o primeiro trimestre do ano 2011 (há um ano) e tenham sido tratados pelo Ft. Marco Clemente.
Após a aplicação dos critérios de inclusão foi obtida uma amostra efectiva de 13 utentes: 8 do sexo feminino, com idades compreendidas dos 28 aos 63 anos e 5 do sexo masculino, com idades entre os 28 e os 71 anos.
Para obtenção de dados que permitissem o estudo mais pormenorizado de cada caso foi realizada a caracterização das sessões quanto ao tipo de tratamento prestado; número total de sessões e intervalo de dias entre cada sessão. Quanto à abordagem das sessões concluíu-se que estas incluíram as componentes de Ensino, Terapia Manual e Exercício, numa média de 3 sessões totais, com uma média de 8 dias de intervalo entre cada sessão.
A metodologia do estudo incluíu a realização de um questionário à amostra de utentes, via telefónica. Este questionário era composto por três perguntas: 

 
 
 
 
 
 
 
Relativamente à primeira pergunta - «Como se sentiu no pós-tratamento em relação ao pré-tratamento» - foi obtida uma percentagem de 69% de utentes que responderam ter-se sentido «melhor» e uma percentagem de 31% que referem ter-se sentido «muito melhor», sendo que nenhum inquirido mencionou as opções «muito pior»;« pior» ou «igual».

 
 
Relativamente à segunda questão - «Como decorreu o comportamento da sua dor ao longo deste ano?” - os utentes deveriam responder a seis alíneas que incluíam a) Intensidade da dor; b) Ocorrência de crises; c) Recurso a consultas médicas; d) Recurso a medicação; e) Prática de Actividade Física e f) Prática de Cuidados Posturais.
Como resposta à primeira alínea foi obtida uma percentagem de 15% de utentes que referem ausência de dor durante o ano; 39% referindo «dor fraca»; 31% de «dor moderada» e 15% de «dor intensa». De acordo com a análise percentual, aproximadamente 50% dos utentes refere resultados positivos («sem dor» e «dor fraca») enquanto outros 50% reportam resultados menos positivos, ilustrados pelas respostas «dor moderada» e «dor intensa». Depois de uma análise pormenorizada concluímos que os utentes que reportam «dor moderada» e «dor intensa» são aqueles que na alínea seguinte vão também referir a ocorrência de crises durante o ano. Assim, ao ser pedida uma classificação quanto à intensidade da sua dor, os utentes classificam tendencialmente ‘o momento da crise’ e não o ano decorrido, como solicitado. Desta forma são encontradas as percentagens apresentadas, relativamente à dor moderada e intensa.
 
 
 
Em relação à alínea b) 4 utentes referem a ocorrência de crises durante o ano enquanto 9 referem não ter tido crises. No entanto, todos aqueles que reportam a existência de crises afirmam que estas surgem com menos frequência e menor intensidade do que antes de terem realizado tratamento.
Quanto ao recurso a consultas médicas, 3 utentes referem ter efectivamente recorrido enquanto 10 referem não ter tido necessidade de o fazer. Dos 3 utentes que recorreram a consultas, 1 recorreu ao serviço de urgências hospitalar duas vezes; 1 recorreu a uma consulta da clínica de S. Francisco e o último refere consultas médicas frequentes.
Relativamente ao recurso a medicação, 5 utentes mencionam a toma de anti-inflamatórios em oposição a 8 que referem não fazer recurso a medicação. Dos 5 utentes que referem a toma de inflamatórios, 3 fazem-no em periodos SOS, 1 fá-lo regularmente e o último reporta a toma de corticoides.
No que diz respeito à Actividade Física, 5 utentes referem a sua prática enquanto 8 assumem não paticar qualquer tipo de Actividade.

Já em relação à prática de Cuidados Posturais, 9 utentes referem ter este aspecto em atenção em oposição a 4 que mencionam não o fazer. Dos 9 que praticam Cuidados Posturais 4 revelam ter ficado mais sensibilizados para a importância desta questão através do ensino realizado nas sessões de tratamento com o Ft. Marco; 3 revelam trabalhar grande parte do tempo sentados, partilhando que algumas vezes se .lembram da postura e se endireitam e 2 revelam confusão entre os conceitos de Cuidados Posturais e Posturas anti-álgicas.

 
 
 
 
Em relação à terceira questão - «Como se sente actualmente?» - foram obtidas percentagens de 38% de utentes que referem ausência de dor; 23% de «dor fraca»; 8% de «dor moderada» e 32% de «dor intensa».
 

 
 
Depois de realizado o levantamento de todos os dados e do seu tratamento estatístico o grupo propôs-se atingir o objectivo inicialmente desenhado - avaliar qual a efectividade do tratamento realizado na amostra de utentes em estudo, através da medição dos resultados imediatos e a longo prazo do mesmo. Assim, o grupo elaborou uma escala de avaliação de resultados com cinco classificações.
 
Escala de avaliação de resultados
Imediatos e a Longo prazo
1 - Agravámos
2 – Sem Resultado
3 – Pouco Resultado
4 – Bom Resultado
5 – Muito Resultado
 
Para a atribuição de uma das cinco classificações o grupo realizou um estudo individualizado de cada utente da amostra, considerando aspectos como a sua idade; diagnóstico; história clínica; número de sessões de tratamento realizadas, entre outras, no sentido de avaliar se: 1) os tratamentos tinham Agravado a sua condição clínica; 2) os tratamentos se tinham reveladoSem Resultado; 3) os tratamentos tinham manifestado Pouco Resultado; 4) os tratamentos tinham apresentado Bom Resultado ou, por último, 5) os tratamentos tinham representadoMuito Bom Resultado.
            Para a medição dos resultados imediatos o grupo estabeleceu uma relação directa entre estes e a resposta dada pelos utentes à primeira pergunta do questionário - «Como se sentiu no periodo pós-tratamento em relação ao pré-tratamento?» Assim obtivémos um total de nove utentes que mencionaram Bom resultado e um total de quatro utentes que indicam Muito Bom Resultado com as correspondências percentuais de 69% e 31%, respectivamente.
 


Relativamente à medição de resultados a longo prazo foi concluído pelo grupo que em zero utentes – 0% - os tratamentos Agravaram a sua condição clínica; em dois utentes – 15% - os tratamentos se revelaram Sem Resultado; em três utentes – 23% - os tratamentos manifestaram Pouco Resultado; em quatro utentes – 31% - os tratamentos revelaram Bom Resultado e noutros quatro utentes – 31% - os tratamentos conduziram a Muito Bons Resultados.
Considerando que as classificações Bom Resultado Muito Bom Resultado se apresentam como classificações efectivamente desejáveis, foi obtido um resultado de 8 utentes (num total de 13 que constituíam a amostra) que revelaram BONS Resultados a  Longo Prazo – 62%.
Se a estes 8 utentes ainda acrescentarmos aqueles classificados com Pouco Resultado (3 utentes) é obtido um total de 85% de resultados POSITIVOS que contrasta claramente com os 15% de utentes para os quais os tratamentos não surtiram efeito  e foram classificados como Sem Resultado.

 

Os resultados do presente trabalho corroboram todas as indicações provenientes do estudo que a equipa Physioclem tem dedicado ao tema da Lombalgia, sendo que o Ensino, a Terapia Manual e o Exercício se apresentam como as técnicas efectivas no tratamento desta condição clínica. De acordo com a análise dos nossos dados concluímos que este benefício se mantém, pelo menos por um ano, na maioria dos utentes, após a realização das sessões de tratamento.
Os resultados evidenciam a pouca prática de Actividade Física por parte dos utentes (apenas 5 em 13 mencionam praticar), no entanto o Exercício apresenta-se como uma importante medida de prevenção da Lombalgia. É importante alertar os utentes para a necessidade de se manterem activos. Após a realização da fisioterapia é aconselhado que se mantenha uma Actividade Física, dando continuidade à progressão do controlo da dor e principalmente como forma de prevenção secundária. A indicação para Repouso é muito veiculada mas é importante que os utentes compreendam que esta não é eficaz e que o Movimento e a Actividade são fulcrais o mais precocemente possível.
Na nossa perspectiva, o objectivo inicialmente estabelecido foi atingido, apesar das limitações impostas por um trabalho desta natureza, relacionadas com o número reduzido da amostra (13 utentes).  No entanto pretendíamos essencialmente perceber em que condições se encontram os nossos utentes, um ano depois de terem realizado tratamento connosco, refletindo sobre o que fazemos, como fazemos e porque fazemos.
 

Acidente Vascular Cerebral

 
A expressão Acidente Vascular Cerebral (AVC) refere-se a um conjunto de sinais e sintomas neurológicos, sendo definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o desenvolvimento rápido de sinais clínicos de distúrbios focais (ou globais) da função cerebral, com sintomas que perduram por um período superior a 24 horas ou conduzem à morte, sem outra causa aparente que a de origem vascular (Nunes et al,2005).
Pode ser de vários tipos, é multifatorial e apresenta inúmeras consequências, sendo o seu prognóstico condicionado por fatores fisiológicos, inerentes à lesão, bem como por caraterísticas individuais do utente ou fatores externos que direta ou indiretamente estão relacionados com este e a sua condição após o AVC, influenciando a sua recuperação (Nunes et al, 2005).
Segundo Ferro & Pimental (2006), os AVC são uma das afeções neurológicas agudas mais comuns e são também uma das patologias mais frequentes como causa de internamento hospitalar. Também, representam uma das principais causas de morbilidade e mortalidade a nível mundial, tendo grande repercussão na qualidade de vida das pessoas. Por isso, a reabilitação assume grande importância no sentido de ajudar a pessoa a readquirir capacidades perdidas e tornar-se novamente independente.
 
 
1.      Incidência
Os AVCs são um grave problema de saúde pública em Portugal, sendo a principal causa de morte no país e a principal causa de incapacidade nas pessoas idosas (Direção Geral de Saúde, 2001). Embora a mortalidade por AVC tenha vindo a diminuir consistentemente ao longo das últimas décadas, ela mantém-se bastante acima da dos países ocidentais da União Europeia. O mesmo se verifica com a mortalidade por AVC abaixo dos 65 anos, isto é, na chamada idade produtiva (Ferro & Pimentel, 2006).
Segundo Carr & Shepherd (2008), cerca de 25% dos AVC ocorrem abaixo da idade de 65 anos e cerca de 50% abaixo dos 75%. Embora exista grande problema metodológico em comparar incidência, a mortalidade por AVC se eleva rapidamente com o aumento da idade.
Estima-se que a sua incidência seja de 1 a 2 por 1000 habitantes por ano, e que após o AVC, cerca de 70% dos utentes (60 000 indivíduos) apresente incapacidade, dos quais 24% com nível de incapacidade muito grave, com base no Índice de Barthel, com grande impacto nos vários vários domínios relativos ao utente (Nunes et al, 2005).
 
 
2.      Fisiopatologia
O tecido nervoso é desprovido de reservas sendo totalmente dependente da circulação sanguínea, pois é graças a este que as células nervosas se mantém ativas. Um fluxo sanguíneo eficiente para o sistema nervoso central fornece oxigénio, glicose e outros nutrientes e remove dióxido de carbono, ácido lático e outros produtos metabólicos (Carr & Shepherd, 2008).
A interrupção deste fluxo numa determinada área do cérebro tem por consequência uma diminuição ou paragem da atividade funcional dessa área. Se a interrupção do fluxo sanguíneo for inferior a 3 minutos, a alteração é reversível; se esse prazo ultrapassar os 3 minutos, a alteração funcional poderá ser irreversível, originando necrose do tecido nervoso (Cancela, 2008).
O encéfalo é inteiramente suprido de sangue pelas artérias carótidas internas e cerebrais posteriores. Por sua vez, cada carótida interna divide-se em artérias cerebrais anterior e média. Em conjunto, as artérias cerebrais posteriores e ramos das carótidas internas formam o polígono de Willis para suprir os hemisférios cerebrais (Fig. 1) (Lundy-Ekman, 2008).
 
 

Fig. 1 – Representação esquemática do Polígono de Willis
 
 
A artéria cerebral anterior irriga as partes antero-superiores do hemisfério cerebral medial. A artéria cerebral média supre a maioria do hemisfério cerebral lateral, caudado e partes do putâmen e cápsula interna. A artéria cerebral posterior fornece sangue ao mesencéfalo, lobo occipital e partes do lobo temporal medial e inferior (Fig. 2) (Lundy-Ekman, 2008).
 

 
 
 
Fig. 2 – Área irrigada pelas principais artérias cerebrais.
Verde – artéria cerebral anterior; Rosa – artéria cerebral média; Amarelo – artéria cerebral posterior
 
 
 
O AVC pode ser causado por dois mecanismos diferentes: oclusão de um vaso provocando isquémia e enfarte do território dependente desse vaso ou rutura vascular causando uma hemorragia. Assim, existem dois tipos de AVC, nomeadamente AVC isquémico e AVC hemorrágico (Fig. 3).
 
 
Fig. 3 – Tipos de AVC
 
Por sua vez, estes dividem em subtipos, como pode ser observado no quadro 1 (Cancela, 2008).
 


Quadro 1 - Tipos e subtipos de AVC
Tipos de AVC
Subtipos de AVC
Isquémico
Lacunar
Trombótico
Embólico
Hemorrágico
Intracerebral
Subaracnóide
Intravascular
Subdural
 


 
O AVC isquémico é responsável por cerca de 80% de todos os primeiros episódios de AVC, hemorragia intracraniana primária por volta de 10% e hemorragia subaracnoideia por volta de 5%.
Ambos os tipos de AVC podem ocorrer em qualquer idade, por muitas causas, incluindo doenças cardíacas, infeção, trauma, neoplasia, má-formação vascular e alterações imunológicas (Carr & Shepherd, 2008).
 

AVC isquémico
A isquémia diz respeito a qualquer processo durante o qual um tecido não recebe os nutrientes, e em particular o oxigénio, indispensáveis ao metabolismo das suas células. Assim, este tipo de AVC é induzido por oclusão de um vaso ou redução da pressão de perfusão cerebral, seja esta provocada por redução do débito cardíaco ou por hipotensão arterial grave e sustentada (Silva, 2010).
Quando o tecido cerebral é privado de fornecimento de sangue arterial, segue-se um sofrimento celular que, conforme a sua intensidade, poderá manifestar-se por uma perturbação funcional. Se esta privação é de curta duração (menos de 24h), a disfunção é considerada reversível. Nestes casos fala-se de acidente isquémico transitório (AIT). Quando a isquémia persiste para além desse período de 24h, poderão instalar-se lesões definitivas e irreversíveis do cérebro. (Habib, 2000).
 
Este tipo de AVC é o que acontece com maior percentagem e neste mais de 90% dos casos ocorrem na artéria cerebral média (Fig. 4) (Lundy-Ekman, 2008). 
 
 
 
Fig. 4 – Incidência do AVC isquémico em cada artéria cerebral
 
 
Trombose Cerebral
Segundo O’Sullivan (1993), trombose cerebral refere-se à formação ou desenvolvimento de um coágulo de sangue ou trombo no interior das artérias cerebrais, ou dos seus ramos. Os trombos, por sua vez, resultam da aderência e agregação plaquetária, coagulação de fibrina e queda da fibrinólise.
Existem dois tipos de trombose, a trombose venosa e a trombose arterial, que é a mais frequente.
 
Embolia cerebral
Embolia cerebral define-se como todo o processo em que se verifica a oclusão arterial por um corpo estranho (êmbolo) em circulação, que são libertados na corrente sanguínea e que se deslocam até às artérias cerebrais (O`Sullivan, 1993).
Os quadros da embolia cerebral instalam-se normalmente de forma súbita. Os sintomas podem repetir-se no tempo com agravamento e melhoria, significando isso embolização recorrente.
A formação de êmbolos está vulgarmente associada às doenças cardiovasculares, nomeadamente devido a fibrilhação auricular e outras arritmias. Os êmbolos poderão ter também origem em desordens sistémicas produtoras de êmbolos gasosos (cirurgia ou traumatismo), de êmbolos gordos (fraturas de ossos) ou de êmbolos de origem tumoral (Cancela, 2008).
 
AVC Hemorrágico
A hemorragia cerebral é consequência de um fenómeno inverso ao da isquémia, isto é, corresponde a extravasão de sangue para fora dos vasos. Quando ocorre uma hemorragia, o sangue pode derramar (Fig. 5):
• Para o interior do cérebro, provocando uma hemorragia intracerebral;
 
• Para o espaço cheio de fluido entre o cérebro e a membrana aracnóide, provocando uma hemorragia subaracnóideia. 
 
 
Fig. 5 – Localização de hemorragia cerebral.
 
 
A hemorragia cerebral, mais do que a isquemia, está relacionada essencialmente com a hipertensão arterial. O aumento crónico da pressão nas artérias, sobretudo se é ignorado ou mal tratado, conduz a uma fragilização das paredes arteriais, do que poderá resultar uma rutura e consequente hemorragia (Habib, 2000).
A hemorragia pode ocorrer de várias formas, sendo as principais:
Aneurisma – dilatação da parede de uma artéria ou veia, apresentando paredes finas com tendência a aumentarem com o tempo e acabando por rebentar (Fig. 6) (Lundy-Ekman, 2008).
Rutura de uma parede arterial. As paredes arteriais encrostadas de placas (provocadas pela arteriosclerose) perdem a sua elasticidade, ficam rígidas, finas e sujeitas a quebrarem (Cancela, 2008).
 
Fig. 6 – Aneurisma cerebral
 
 
Síndromes Vasculares
A oclusão de diferentes artérias cerebrais origina síndromes vasculares (com os seus sinais clínicos) específicas e características, de cada artéria cerebral envolvida (quadro 2) (Lundy-Ekman, 2008; Cancela, 2008).
 
Quadro 2 - Síndromes Vasculares
Artérias
Défices
Artéria Cerebral Anterior
• Hemiparésia contralateral, mais acentuada no membro inferior;
• Perda sensorial contralateral;
• Alterações do funcionamento esfincteriano anal e vesical;
• Manifestações mentais, que são mais nítidas e estáveis se o AVC for bilateral;
• Alterações do comportamento, se o AVC do lobo frontal for intenso.
Artéria Cerebral Média
• Afasia (quando o hemisfério dominante é lesado);
• Hemiplegia e/ou hemiparésia contralateral, mais acentuada na face e membro superior;
• Hemianópsia homónima;
• Hemihipostesia;
• Apraxia;
• Alexia.
Artéria Cerebral Posterior
• Síndromes sensoriais talâmicos;
• Alterações de memória (lesão bilateral);
• Hemianópsia homónima;
• Cegueira cortical, provocada por lesão bilateral dos lobos occipitais associada a agnosia;
• Dislexia sem agrafia;
• Hemiplegia
• Ataxia
Artéria Carótida Interna
• Hemiplegia contralateral com hemipostesia e afasia (quando o hemisfério cerebral dominante é lesado);
• Isquemia retiniana com obnubilação ou perda da visão no olho homolateral;
• Inconsciência no momento da oclusão;
Nota: 40% dos doentes com oclusão da artéria têm, antes do AVC definitivo, ataques isquémicos transitórios.
Artéria Basilar
• Hemiplegia contralateral ou tetraplegia;
• Paralisia facial;
• Disartria e disfagia;
• Perda de consciência e presença de vertigem.
Artéria Vertebrobasilar
• Sinais de lesão de nervos cranianos e de conexões cerebelosas homolaterais com sinais sensitivos e motores nos membros contralaterais
• Paralisia homolateral do nervo oculo-motor comum;
• Hemiplegia contralateral.


 
3.      Fatores de risco
Os fatores de risco dividem-se em modificáveis e não modificáveis consoante existem ou não intervenções eficazes para os controlar.
 
 
Fatores de risco para ocorrência de AVC
Não modificáveis
Modificáveis
Idade
Hipertensão arterial
Género
Diabetes
Etnia
Tabagismo
 
Hiperlipidemia
 
Alcoolismo
 
Obesidade
 
Sedentarismo
 


 
Os fatores de risco mais importantes para o AVC são a idade (aumento exponencial da incidência e da mortalidade com a idade) e a hipertensão arterial. Valores elevados de tensão arterial aumentam o risco de AVC, quer se trate da tensão sistólica quer da diastólica.
Os AVC são mais frequentes nos homens, nos afro-portugueses, nos diabéticos, nos fumadores e nos consumidores excessivos de álcool. Ao fim de 5 anos de abstinência de tabaco o risco de um ex-fumador é idêntico ao de quem nunca fumou (Ferro & Pimentel, 2006).
 
4.      Alterações decorrentes do AVC
Na fase inicial após o AVC, o sistema fica em estado de choque cerebral, mas como resultado de um processo reparador, como redução do edema cerebral, absorção de tecido danificado e melhoria no fluxo vascular local, o paciente começa a melhorar e há evidência de retorno da atividade muscular, embora a eferência esteja relativamente descontrolada. Isto reflete o retorno à função do tecido neural não danificado e é conhecido como período de recuperação espontânea (Carr & Shepherd, 2008).
Contudo, a ocorrência de um AVC pode sempre causar alterações a nível físico/motor, sensorial, função cognitiva, na comunicação, no comportamento e a nível emocional.
 
a)     Alterações motoras
O local e o tamanho da lesão cerebrovascular e a quantidade de fluxo sanguíneo colateral, inicialmente, determinam o grau do défice motor que pode estender-se de uma incoordenação leve a uma paralisia completa dos membros superiores, inferiores e face (Carr & Shepherd, 2008). Essa alteração ocorre, principalmente, no lado contra lateral à região do cérebro afetada, envolvendo parte ou mesmo toda a metade do corpo e podendo ser total (hemiplegia) ou parcial (hemiparesia).
Logo após um AVC, o hemicorpo afetado apresenta hipotonia, isto é, o tónus é muito baixo para iniciar qualquer movimento, não apresentando resistência ao movimento passivo. É frequente nestes casos, com o passar do tempo, a substituição de um quadro de baixo tónus para um tónus mais elevado que o normal, em que há um aumento da resistência ao movimento passivo. Esta alteração, pode levar a complicações secundárias a nível muscular e articular, dor e distúrbios funcionais, com alterações posturais e movimentos estereotipados (Silva, 2010).
A coexistência de défices sensoriais piora os défices motores globais, já que há uma íntima relação entre estes dois sistemas.
 
b)     Alterações sensoriais
A sensibilidade à dor, ao toque e à temperatura (sensibilidade superficial) podem estar prejudicadas, ou modificadas, mas normalmente não são perdidas a menos que a lesão seja periférica ao tálamo, quando podem estar associadas com anestesia. Ainda, pode ocorrer comprometimento grave da sensação de posição da articulação, perda de discriminação entre dois pontos, da estereognosia e dificuldade em reconhecer um estímulo tátil se um outro for simultaneamente realizado no lado intato do corpo (chama-se extinção tátil) (Carr & Shepherd, 2008).
 
Também, são bastante frequentes distúrbios do campo visual sendo o mais comum a hemianopsia.
 
c)     Alterações da comunicação
A afasia está geralmente associada à lesão do hemisfério dominante podendo causar alterações quer a nível expressivo, com dificuldade em formar frases gramaticalmente corretas e coerentes, quer a nível receptivo com dificuldade na compreensão e discurso incoerente.
A afasia distingue-se das desordens da fala que resultam da fraqueza e incoordenação dos músculos que controlam os órgãos da fonação, sendo classificadas como disartria, um distúrbio da articulação; e disfonia, um distúrbio na vocalização (Carr & Shepherd, 2008).
Défices de comunicação mais subtis, afetando a interação, comunicação não-verbal ou informação inferida, podem ser observados após lesão do hemisfério não-dominante (Silva, 2010).
 
d)     Alterações da cognição
As alterações cognitivas podem ser gerais (processamento mais lento da informação), ou pode ocorrer num domínio específico (orientação, atenção, memória, visão espacial e construtiva, flexibilidade mental, planeamento e organização).
A memória pode ser afetada de diversas formas, nomeadamente os doentes podem ter dificuldade em aprender novos conceitos ou habilidades e em lembrar ou recuperar essa informação (Majid, 2000).
A apraxia e a agnosia são outros dos distúrbios frequentes. A primeira consiste na incapacidade de programar uma sequência de movimentos, apesar das funções motora e sensorial estarem aparentemente preservadas. A agnosia consiste na incapacidade de reconhecer objetos familiares e de lhes dar uma função. A anosognosia consiste na incapacidade de reconhecer as limitações físicas resultantes do AVC (Donkervoort et al, 2001).
Poderão igualmente surgir alterações a nível da imagem e esquema corporal, onde se incluem o neglect unilateral (incapacidade de responder a objetos ou estímulos sensoriais de uma metade corporal, geralmente o lado afetado).
Alterações da função executiva também podem ocorrer, particularmente quando os lobos frontais são afetados. As funções executivas têm um papel organizador na iniciação e inibição do comportamento.
A recuperação ocorre, mas défices residuais podem permanecer por longo período de tempo e estão associados a um progresso mais lento na reabilitação, por afetarem significativamente a habilidade da pessoa de participar no seu processo de reabilitação (Silva, 2010).
 
e)     Alterações emocionais e comportamentais
Segundo Silva (2010), muitos dos doentes sentem medo, ansiedade, frustração, raiva, tristeza e uma enorme mágoa pelas suas perdas físicas e psicológicas, sentimentos esses que representam até certo nível uma resposta normal ao trauma psicológico do evento. Por outro lado, a própria lesão de estruturas cerebrais também pode contribuir e ser responsável por algumas das alterações emocionais e de personalidade.
Algumas pessoas apresentam uma falta de controlo sobre as emoções, resultando em grande tendência para rir ou chorar (emocionalíssimo ou labilidade emocional), contudo estes sintomas tendem a melhorar com o tempo.
No entanto, a depressão representa o distúrbio emocional mais vivenciado tendo sido descrita em até 1/3 dos doentes de AVC. Existe evidência científica de que seja mais comum em lesões do hemisfério esquerdo do que do direito.
Distúrbios do sono, alterações na alimentação com excessivo e súbito aumento ou perda de peso, letargia, falta de motivação, isolamento social, cansaço, auto-aversão e ideias suicidas são alguns dos sinais que podem indiciar depressão. Esta está associada a défices cognitivos mais graves, afetando a participação na reabilitação, os resultados a longo prazo e aumenta o risco de morbilidade e mortalidade (Silva, 2010).
Sintomas leves normalmente respondem a uma intensificação do encorajamento por parte das pessoas e da família e à participação ativa e sucesso observável no treinamento motor (Carr & Shepherd, 2008).
Descontrole do comportamento e hostilidade também podem acontecer após o AVC, mas são menos comuns que a depressão.
Alterações na auto-imagem e na auto-estima são comuns e afetam a motivação do indivíduo e a habilidade de participar completamente na reabilitação ativa.
 
f)     Outras alterações
Disfagia, ou dificuldade em engolir, é um problema comum após o AVC e pode levar à aspiração de saliva, de comida ou de líquidos. Há maior probabilidade de disfagia nos pacientes com lesão cerebral hemisférica bilateral ou no tronco cerebral (Carr & Shepherd, 2008).
incontinência urinária é comum após o AVC, particularmente nos doentes mais idosos, mais incapacitados e com maior deterioração cognitiva. Aproximadamente metade apresenta incontinência aquando da admissão e 20% mantém após os 6 meses. Esta, resulta muitas vezes da combinação de défices motores e sensoriais ou até devido à falta de mobilidade e é um forte preditivo de mau prognóstico funcional (Silva, 2010). Segundo Carr & Shepherd (2008), o ortostatismo e a marcha precoce frequentemente ajudam a superar a incontinência. Por sua vez, a incontinência fecal geralmente resolve-se em 2 semanas na maioria dos indivíduos.
Obstipação e impactação fecal são mais comuns que a incontinência, com vários fatores predisponentes como a imobilidade e inatividade, ingestão inadequada de comida e líquidos, depressão ou ansiedade, défices cognitivos (Silva, 2010).
Disfunção sexual foi um achado comum depois do AVC e uma fonte de desarmonia no relacionamento. Muitos problemas sexuais pós-AVC são relacionados a causas emocionais como medo, dependência no auto-cuidado, ansiedade e mudanças na imagem corporal (Carr & Shepherd, 2008).
 
5.      Reabilitação / Fisioterapia
O objetivo principal da reabilitação é permitir à pessoa lidar e ultrapassar a sua incapacidade e tornar-se o mais independente e autónomo possível, de forma a regressar à sua vida familiar, profissional e social mais rapidamente.
Segundo Carr & Shepherd (2008), em geral, podemos iniciar uma reabilitação ativa, se não existir progressão dos défices neurológicos e se o paciente estiver clinicamente estável, dentro de 48horas. Os objetivos primários da reabilitação precoce são a prevenção de deterioração secundária tanto física, como intelectual e emocional e preparar o paciente e familiares para os desafios à frente. Aí, a reabilitação pretende capacitar os indivíduos com défices a restaurarem/melhorarem as suas funções motoras, cognitivas, psicológicas e sociais.
Uma comparação entre dois grupos de pacientes, um iniciando a reabilitação três dias após a entrada no hospital e outro iniciando a reabilitação de 4 a 15 dias, mostrou que o grupo com intervenção mais precoce teve alta mais cedo com maior probabilidade de andar independentemente. Uma revisão da literatura sobre as consequências do AVC, a demora no início da reabilitação correlacionou-se com resultados ruins em numerosos estudos. Reabilitação precoce pós-AVC relaciona-se com menores custos sociais e económicos. (Carr & Shepherd, 2008).
A reabilitação é possível graças à enorme capacidade do cérebro em aprender e mudar. Hoje sabe-se que as células de outras áreas do cérebro não afetadas podem assumir determinadas funções realizadas pelas células da área afetada. A este fenómeno dá-se o nome de neuroplasticidade.
Assim, o que os pacientes fazem após o AVC, o uso que fazem dos seus membros afetados e suas experiências, influenciam a reorganização do cérebro. De igual modo, a quantidade e o tipo de atividade física e mental e a motivação do paciente, influenciarão essa reorganização no pós-AVC (Carr & Shepherd, 2008).
De acordo com Nunes et al (2005), no processo de recuperação após AVC, os estímulos realizados devem otimizar a capacidade de reorganização cerebral, conjugando-se a recuperação espontânea com estímulos terapêuticos e do ambiente sócio-familiar, com tarefas básicas de auto-cuidado e atividades instrumentais das tarefas da vida diária. É imediatamente após a lesão que este processo se inicia, decorrendo a recuperação neurológica sobretudo entre o primeiro e o terceiro mês após o AVC, enquanto que a recuperação funcional ocorre mais completamente dos três aos seis meses após o AVC. É, igualmente, referido que a recuperação ocorre com maiores progressos nas primeiras semanas, embora não tão rapidamente, estes continuem a verificar-se até aos seis meses, período após o qual os ganhos continuam a ser mensuráveis, porém, por períodos mais longos.
Para algumas pessoas, a reabilitação constituirá um processo contínuo de aquisição, manutenção e aperfeiçoamento de capacidades e poderá envolver a participação de diferentes profissionais com intervenção na comunidade durante meses ou anos após o AVC.
De acordo com a National Stroke Association:
- 10% dos sobreviventes recuperam quase integralmente;
- 25% recuperam com sequelas mínimas;
- 40% apresentam incapacidade moderada a grave que necessita de acompanhamento específico;
- 10% necessitam de tratamento a longo prazo numa unidade especializada;
- 15% morrem pouco depois do episódio;
- 14% dos sobreviventes têm um segundo episódio ainda durante o 1º ano.
Especificamente, em relação à fisioterapia há evidência global de que esta melhora o resultado da reabilitação após o AVC. A extensão da recuperação é em grande parte refletida na experiência pessoal e nas atividades da vida diária. Segundo o estudo realizado por Nunes et al (2005), a função motora dos utentes a realizar fisioterapia evolui positivamente e os longos períodos em espera para iniciar a fisioterapia e a não realização de fisioterapia durante o período de internamento hospitalar têm um impacto negativo na função motora e consequentemente na sua funcionalidade.
 
6.      Prevenção secundária do AVC
Após um AVC é essencial tomar todas as medidas para evitar a sua repetição ou a ocorrência de outro evento vascular (enfarte do miocárdio, morte súbita). A prevenção secundária compreende medidas gerais, controlo dos fatores de risco, terapêutica farmacológica e o tratamento de estenoses arteriais significativas.
Medidas gerais incluem um estilo de vida saudável, dieta, exercício físico regular e controlo do peso corporal. O controlo dos fatores de risco corresponde a controlo da hipertensão, diabetes e hiperlipidémia quando presentes; abstinência de tabaco; diminuição do consumo de bebidas alcoólicas ou mesmo suspender a sua ingestão (Ferro & Pimentel, 2006).
 
7.      Papel da família na reabilitação do AVC
A razão mais importante de envolver a família na reabilitação do AVC é o seu papel no reforço positivo aos comportamentos do paciente, ajudando-o a exercitar e praticar. Evans et al (cit in Carr & Shepherd, 2008), advertem, porém, que esperar ajuda de familiares que não estão preparados ou aptos para esta função, pode ser contra-producente.
Para a maioria dos indivíduos que sobrevivem a um AVC e retornam à sua vida domiciliar, a alteração no estilo de vida familiar pode ser considerável. Em uma revisão da literatura, Evans et al, identificaram a necessidade de educação familiar, de estímulo e de conselhos encorajadores para aumentar a cooperação e o apoio social depois do AVC. Há vários estudos clínicos que indicam que o nível de desempenho funcional diminui após alta da reabilitação. A educação familiar inadequada e preparação insuficiente para o paciente retornar à sua casa podem ser algumas das razões destes resultados. Um outro fator pode ser a falta de ênfase na necessidade de continuar o exercício e reabilitação após alta.
Por estes motivos, é importante a existência de programas educacionais para pacientes e familiares com palestras e discussões em grupo sobre a fisiopatologia do AVC, o significado dos sintomas, a adaptabilidade do cérebro, os efeitos físicos e emocionais do AVC, os modos de comunicar, estratégias para resolução de problemas, o planeamento para a alta e a participação da comunidade na reabilitação. Alguns dos benefícios desses programas são a diminuição da ansiedade, o maior envolvimento familiar no processo de reabilitação, o aumento da manutenção da reabilitação após alta (Carr & Shepherd, 2008).
 
Bibliografia
Cancela, D. (2008). O Acidente Vascular Cerebral – Classificação, Principais Consequências e Reabilitação.Universidade Lusíada do Porto
Carr, J. & Shepherd, R. (2008). Reabilitação Neurológica – Otimizando o Desempenho Motor. Brasil. Editora Manole
Donkervoort, M.; Dekker, J.; Stehmann-Saris, F. & Deelman, B. (2001). Efficacy of strategy training in left hemisphere stroke patients with apraxia: a randomised clinical trial. Neuropsychol  Rehabil 11. pp. 549-566
Ferro, J. & Pimentel, J. (2006).  Neurologia – Princípios, Diagnóstico e Tratamento. Lisboa. Editora Lidel
HABIB, M. (2000). Bases Neurológicas do Comportamento. 1ªEdição. Lisboa. Climepsi Editores
Lundy-Ekman, L. (2008). Neurociência – Fundamentos para a Reabilitação. São Paulo. Elsevier Editora
Majid, MJ; Lincoln, NB & Weyman, N. (2000). Cognitive rehabilitation for memory deficits following stroke.Cochrane Database Syst Rev
Nunes, S.; Pereira, C. & Silva, M. (2005). Evolução Funcional de Utentes após AVC nos Primeiros Seis Meses após Lesão. ESSFISIONLINE Vol1, nº3. pp. 3-20
O’Sullivan, B.; Schmitz & Thomas, J. (1993). Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. São Paulo. Editora Manole
Rehabilitation Therapy, National Stroke Association. Disponível em http://www.stroke.org
Silva, E. (2010). Reabilitação após o AVC – Mestrado Integrado em Medicina. FMUP
 
 
 

FISIOTERAPIA - 16 de Novembro - Dia Mundial da DPOC

 
 


Dia 16 de Novembro assinalou-se o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), doença que afecta mais de 250 milhões de pessoas no Mundo e que, em Portugal atinge, pelo menos, meio milhão de portugueses. É uma das principais causas de morbidade e mortalidade, com a expectativa de que prevalência vai aumentar em vez de diminuir, nos próximos anos.
 
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica é uma doença prevenível e tratável com efeitos extrapulmonares significativos e co-morbidades importantes.
 
Pacientes com DPOC queixam-se principalmente de fadiga, dispneia e capacidade funcional reduzida. Além da dispneia, tosse, sibilância, produção de secreção e infecções respiratórias de repetição, consequências sistémicas, tais como descondicionamento, fraqueza muscular, perda de peso e desnutrição são frequentemente observadas. A actividade física na vida diária está significativamente reduzida em comparação com indivíduos saudáveis parados para a sua idade. Problemas emocionais como depressão, ansiedade e isolamento social também são observados.
 
A principal causa relacionada com o surgimento da DPOC, está relacionada com o tabagismo, e à exposição ocupacional a poluentes inalados, mas há estudos que dizem o surgimento da DPOC está relacionado pela deficiência da a1-antitripsina, factor genético.
 
Sintomas característicos como a tosse com expectoração persistente ou intermitente, por vezes acompanhada de pieira são muitas vezes desvalorizados. A dispneia progride insidiosamente ao longo de muitos anos, surgindo inicialmente com o esforço e nas agudizações. As infecções respiratórias recorrentes vão-se tornando mais frequentes com a evolução da doença. O exame objectivo é pobre até fases avançadas da doença. É no entanto nas fases precoces da doença que a intervenção terapêutica se revela mais eficaz. Nos estádios avançados os doentes adoptam posturas de alívio da dispneia, como o apoio nos membros superiores, o recrutamento dos músculos acessórios da respiração, a respiração com lábios semicerrados, a tiragem, a cianose ou os sinais de insuficiência cardíaca direita (ingurgitamento das jugulares, fígado de estase e edemas periféricos).
 
Se desconfia apresenta alguns destes sintomas, fale com o seu médico ou fisioterapeuta para aconselhamento.
 
A abstinência ou diminuição tabágica total é o fundamental, sem o qual não é possível travar a irreversível progressão da doença e suspender a inflamação desencadeada pelo fumo do tabaco. Outras medidas preventivas passam pela imunização anual contra a gripe, assim como pela correcção precoce das agudizações.
 
O papel da fisioterapia no tratamento da DPOC inclui abordar questões relativas à redução do trabalho da respiração, remover secreções das vias aéreas, retardar da progressão da obstrução aérea, melhorar mobilidade e promover a reabilitação. O programa de reabilitação destina-se a manter o doente capaz de efectuar as actividades da vida diária, com aumento da sua tolerância esforço e melhoria da qualidade de vida.
 
Um programa de reabilitação personalizado com aconselhamento médico é indispensável para o diminuir e evitar os sintomas causados pela DPOC, quanto mais cedo identificar os sintomas melhores.
 

Fisioterapia ajuda a combater Incontinência Urinária

 

 
Muitos são aqueles que ainda têm dúvidas sobre como combater a Incontinência Urinária um problema que, ao contrário do que se possa pensar, afecta igualmente o sexo feminino e o masculino, em diferentes períodos da vida.
A fisioterapia é uma das formas de prevenir e tratar a incontinência urinária, através do trabalho de fortalecimento dos músculos do pavimento pélvico. Estes músculos são o chão da pélvis, que suportam todos os órgãos e participam também no encerramento da uretra. Fala-se em incontinência urinária quando há uma perda involuntária de urina que é suficientemente frequente para se tornar um problema social ou de higiene. A faixa etária mais afectada é a partir dos 50 anos, fruto de problemas relacionados com a menopausa nas mulheres e com a próstata nos homens, mas pode também surgir noutra qualquer idade e ter várias causas: hormonais, pavimento pélvico danificado na gravidez, prática de desporto de grande impacto, entre outras. A incontinência urinária pode surgir durante a gravidez, com a tosse ou os espirros, ou aquando de certos movimentos corporais mais bruscos e intensos. Pode também estar relacionada com uma infecção urinária, com consequências de uma lesão pélvica, tratamentos de radioterapia, ou com certas patologias médicas e neurológicas.
Estima-se que apenas 50% das pessoas afectadas procura ajuda, sendo que muitas tentam viver com o problema, recorrendo a fraldas ou outros produtos absorventes, com consequentes mudanças no seu estilo de vida. Provavelmente, esta atitude prende-se com o facto de se sentirem embaraçadas ou envergonhadas com o facto de admitirem esta condição perante alguém.
O recurso à fisioterapia como método de tratamento ainda não é muito divulgado mas é sem dúvida um dos mais eficazes no combate a este problema.
A fisioterapia procura fazer uma reeducação dos músculos do pavimento pélvico, principalmente para fortalecer ou reactivar esses músculos, que são importantíssimos para conseguir manter os esfíncteres fechados de forma a encerrar a uretra e não permitir que a urina saia.
Cada caso deve ser tratado individualmente, mas nas primeiras semanas de fisioterapia os pacientes começam a ver o resultado do fortalecimento destes músculos. Normalmente é estipulado o tratamento na clínica uma vez por semana, mas é imprescindível continuar os exercícios musculares em casa.


O que é a Hérnia Discal?
A hérnia discal é uma patologia do disco intervertebral,cuja função é amortecer o impacto entre as vértebras e aumentar a mobilidade da coluna. É formado por uma parte mais central, o núcleo pulposo, e uma camada mais externa, o anel fibroso.
A hérnia discal não é mais que a "rotura" do anel com saída do seu conteúdo (o núcleo) para o exterior.  O núcleo ao sair  pode causar compressão das estruturas neurológicas (por ex: raiz nervosa), ou apenas inflamação. A deformação do anel sem a sua rotura é denominada de protusão discal (menos grave).
 
Quais as Causas?
A hérnia discal surge quando as fibras do anel fibroso não conseguem suportar a pressão exercida sobre o disco intervertebral. Desta forma, quanto maior for a pressão intervertebral ou mais fracas forem as fibras do anel fibroso, maior será a probabilidade de surgirem hérnias discais.
 Torna-se importante  compreender que todas as articulações da coluna vertebral devem ter movimento, pois é desta forma que os discos intervertebrais conseguem ser alimentados. A maior parte do suplemento sanguíneo (oxigénio e nutrientes) chega ao disco intervertebral através do movimento quando o indivíduo tem mais de 25 anos. Quando existe perda ou diminuição do movimento  em qualquer parte da coluna, o suplemento sanguíneo também diminui  iniciando-se assim, um processo de degeneração. Com o passar do tempo, se o movimento não é restabelecido na articulação, os músculos vizinhos começam a  encurtar, perdendo  flexibilidade. Esta perda de flexibilidade resultará na diminuição do espaço entre as vértebras, diminuindo também a espessura do disco intervertebral e o aporte de nutrientes e oxigénio ao mesmo. O peso deixa de ser igualmente absorvido e distribuído pela falta de movimento da articulação. Este conjunto de fatores tornam o anel fibroso mais vulnerável a roturas, levando à formação da hérnia de disco.
Desta forma, as hérnias podem surgir devido sobrecargas compressivas que levam à degeneração do disco. Podem ser causadas por excesso de peso corporal, défice de mobilidade, alterações posturais, alterações degenerativas da coluna vertebral, traumatismo da coluna  levando a compressão dos discos, profissões ou atividades desportivas que exijam levantamento de pesos excessivos por longos períodos de tempo  (principalmente se realizados de uma forma inadequada), fraqueza muscular dos estabilizadores da coluna, fatores hereditários, etc.
 
Quais os Sintomas?
Os sintomas  dependem da sua localização. A gravidade da compressão ou lesão da raiz nervosa determina a intensidade da dor ou dos outros sintomas. A dor de uma hérnia discal costuma piorar com o movimento e pode exacerbar-se com a tosse, o riso, a micção ou o esforço de defecação. Os sintomas podem iniciar-se de modo súbito, desaparecer de forma espontânea e reaparecer com intervalos, ou então podem ser constantes e de longa duração.
As hérnias lombares, mais frequentes, podem produzir dor local (lombalgia) ou dor irradiada. A irradiação da dor  depende do nervo afetado, sendo muito comum a compressão de uma das raízes que formam o nervo ciático, produzindo a dor ciática  (uma dor que se estende da nádega ao pé). Nas hérnias cervicais a dor também pode ser localizada só no pescoço ou irradiada pelo membro, sendo denominada por cervicobraquialgia (uma dor que se estende do ombro à mão). A hérnia discal cervical pode causar também dor de cabeça, tonturas ou zumbidos. Em ambas  pode aparecer parestesias (dormência), perda de força muscular e de sensibilidade.  
Em casos mais graves, uma hérnia discal pode levar ao descontrolo da função intestinal, urinária e sexual, alterando a capacidade sexual, de defecar ou de urinar. Estes sintomas constituem um sinal de compressão medular grave  e requerem uma assistência médica urgente.
 
Qual a diferença entre Hérnia de disco e Protusão discal?
A  protusão discal é um estádio inicial da hérnia discal. A evolução natural da  protusão discal, se não for tratada corretamente, provavelmente será uma hérnia discal. Na protusão discal, não ocorre herniação, ou seja, o núcleo pulposo empurra o anel fibroso e este, desgastado, dilata-se e comprime o ligamento vertebral comum posterior. Na hérnia discal, ocorre herniação do núcleo pulposo, podendo atravessar o anel fibroso e o ligamento comum posterior, comprimindo as estruturas nervosas adjacentes.
 
Como se realiza o Diagnóstico?
O diagnóstico da hérnia discal é realizado através de uma correta avaliação clínica do paciente, associada a exames que podem auxiliar, tanto no diagnóstico, como no tratamento. Apesar das radiografias da coluna vertebral poderem mostrar a redução do espaço do disco, apenas a tomografia axial computadorizada (TAC) e a ressonância magnética (RMN) conseguem  confirmar o problema. Outras patologias podem provocar sintomas parecidos com os da hérnia discal. Por isso, é importante um correto diagnóstico,   para despistar a possibilidade de cálculos renais, tumores e suas possíveis metástases, problemas vasculares, osteoporose, aneurismas, entre outras.
 
 
Como posso tratar  uma hérnia discal em fase aguda?
Todas as normas de orientação clínica para o tratamento destas condições defendem que a cirurgia a uma hérnia discal só deve ser realizada em situações de clara compressão nervosa com diminuição da sensibilidade e força e/ou quando os tratamentos conservadores não  se mostraram efetivos. . As mesmas orientações apontam para o recurso a técnicas de terapia manual e exercício como primeira opção de tratamento, após o uso de medicação na fase mais aguda. De entre as técnicas de terapia manual, o tratamento osteopático destaca-se pela sua enorme eficácia. Num estudo sobre a eficácia desta intervenção em 720 doentes, o autor (François Ricard) verificou que utentes com hérnia discal apresentavam bons resultados após tratamento de osteopatia em 90% dos casos, sendo desnecessária a realização de cirurgia. Este estudo refere que, para o tratamento e alívio sintomático deste tipo de situações,  podem ser necessárias  entre 2 a 7 sessões de tratamento. 
 
Os princípios subjacentes ao tratamento osteopático  consistem na promoção de um correto alinhamento dos corpos vertebrais e na normalização da sua mobilidade (geralmente designado por desbloqueio). Desta forma, deixa de haver  necessidade de zonas de menor mobilidade serem compensadas por outras de maior mobilidade (criando lesões a longo prazo) e do disco  sofrer forças de compressão. A vascularização (irrigação sanguínea) e enervação das zonas afetadas são assim normalizadas. Outro dos objetivos consiste em  promover o relaxamento  dos músculos espasmados e libertar as tensões dos vários tecidos que possam estar a contribuir  para a manutenção do mau posicionamento  de uma dada zona ou mesmo de toda a coluna.
 
 
O tratamento termina  quando já não possuo sintomas?
A maioria das pessoas que sofrem de dor nas costas por hérnia discal pensa que se a sintomatologia diminui ou desaparece,  é porque o problema  está resolvido, mas a verdade é que isso deve ser  apenas o começo da fase de correção/prevenção.
 
Esta fase dura cerca de 4 a 6 meses e tem como objetivo a melhoria dos fatores que estão na origem da lesão.  Durante esta fase o Osteopata utiliza uma  combinação de técnicas que visam restabelecer o alinhamento estático e dinâmico da coluna, normalizar a capacidade de movimento em todas as vértebras da coluna e melhorar a flexibilidade dos músculos que se articulam com a mesma.
 
 Depois de se conseguir melhorar a mobilidade quer articular, quer muscular, é importante iniciar um programa de exercícios para estabilização da coluna, que têm como objetivo recrutar os músculos  responsáveis pela estabilidade e proteção da mesma. Estes exercícios podem, numa primeira fase, ser aprendidos  e realizados juntamente com o Osteopata/Fisioterapeuta e numa segunda fase, podem ser realizados autonomamente em casa ou  em aulas  de grupo (ex: pilates). O ideal é que o utente tenha supervisão durante a realização dos exercícios até que esteja familiarizado com a execução e posicionamentos dos mesmos.
 


Outro dos principais fatores a ter em conta é  a adoção de hábitos saudáveis, como a perda de peso  e a adoção  de  posturas corretas durante a realização das atividades de vida diária.
 
Nesta fase deve iniciar-se também a realização de atividades aeróbicas, como caminhar, bicicleta ou  natação, de forma a melhorar, não só a condição cárdio-respiratória, bem como  o fortalecimento dos  músculos mobilizadores globais. É importante perceber qual  a atividade mais adequada  para cada caso. Enquanto algumas compressões por hérnia discal ocorrem durante o movimento de flexão da coluna, outras ocorrem durante a extensão. Desta forma, caso agrave durante a flexão, atividades como a natação e caminhada serão mais indicadas, caso o contrário o indicado é a bicicleta com apoio lombar. Numa fase  posterior, e caso seja possível, deve iniciar-se a corrida,  de forma lenta e progressiva  em terrenos planos e regulares.  No final da atividade, devem ser realizados exercícios de alongamento, de modo a manter a flexibilidade muscular e a mobilidade de todas as articulações do corpo.
 
 
Quando termina a fase de prevenção?
A fase de prevenção é para o resto da vida. Tal como temos que lavar os dentes todos os dias para manter uma correta higiene oral, também devemos realizar atividades que nos permitam uma “correta higiene postural”. Portanto, como o processo de envelhecimento é natural e inevitável, e na maioria vezes temos vidas sedentárias e posturas incorretas,  a melhor forma de evitar a dor nas costas por  hérnia discal é a prevenção.
 
 
Se não efetuar qualquer tratamento, o que pode acontecer?
Em alguns casos e numa fase aguda, os sintomas podem aliviar, no entanto mantêm-se sempre alguns sintomas. A opção de aguentar as dores e os outros sintomas sem fazer nada ou tomando medicação para o alívio da dor,  apenas contribuirá para a manutenção do problema já existente, o que mais tarde se poderá refletir num possível agravamento do problema.
 
A avaliação postural consiste na recolha de dados através de:
  • escalas de funcionalidade;
  • qualidade de vida e quantificação da dor;
  • recolha de imagens através de fotografia e com posterior análise das várias posturas através do programa SAPO (software para avaliação postural)
  • recolha de dados através do Spinal Mouse.
     
    No final da sessão será entregue um relatório completo que pode e deve ser partilhado com outros profissionais de saúde, como o médico de família.
 
O que é O Spinal Mouse?
 
Spinal Mouse é um dispositivo computorizado usado para medir a forma da coluna e a sua mobilidade global e inter-segmentar em diferentes planos por um método não evasivo. Não substitui qualquer outro exame mas permite uma medição rápida, fácil, objectiva e pouco invasiva da coluna torácica, lombar e sagrada/ancas separadamente.
Este aparelho pode ter aplicação clínica na avaliação de deformidades estruturais como Scheurman´s, cifose osteoporótica, escoliose ou síndrome “flat back” ou na monitorização de distúrbios de movimento em conexão com desordens da coluna como hérnias discais, dor lombar mecânica, instabilidade da coluna, entre outros ou pode ser utilizado em áreas ergonómicas ou locais de trabalho. Também pode ser utilizado na avaliação das curvas da coluna associados a posturas comummente adoptadas durante o desempenho das tarefas.
 
O que é SAPO?
 
SAPO é um Software de Avaliação Postural desenvolvido pela Universidade de São Paulo, que tem como objectivo “ajudar os profissional de saúde na mensuração da posição, comprimento, ângulo e alinhamento, entre outras propriedades, dos segmentos corporais de um indivíduo.” O SAPO, é um programa de computador que a partir de fotografias digitalizadas do indivíduo permite a mensuração da avaliação postural. O SAPO não pretende substituir exames, como por exemplo, raios-X ou análise dinâmica da marcha.

 
Não deixe de marcar a sua consulta de Postura na Physioclem e descubra mais sobre o estado da sua coluna e o que fazer para evitar problemas de saúde futuros.

Massagem no Bebé

 
Vários estudos têm demonstrado os benefícios da massagem tanto para o bebé como para a mãe.

Todos os bebés podem receber massagem. 
Esta deverá ser efectuada num local confortável para o bebé e para a mãe, com uma temperatura que respeite
 o facto do bebé estar despido, numa altura do dia em que disponha de tempo para que ambos possam aproveitar o momento.

Os benefícios da massagem no bebé são vários:
Respiração;
Choro;
Sono;
Cólicas;
Gases;
Relaxamento;

Há ainda estudos que apontam mesmo a melhoria da depressão pós parto em grupos de mãe que faziam a massagem do bebé com regularidade com a melhoria do vinculo mãe-filho.

Não deixe de se mimar aproveitando mais um momento com o seu bebé.


Underdown A, Barlow J, Chung V, Stewart-Brown S. (2006)
Massage intervention for promoting mental and physical health in infants aged under six months.
 

Cefaleia (dor de cabeça)

 
A Cefaleia ("dor de cabeça") de tensão é a forma mais comum de cefaleia e praticamente todas as pessoas a têm de vez em quando. Embora não seja grave, é difícil de ser suportada e pode mesmo limitar a pessoa no desempenho das suas tarefas d
o dia-a-dia, prejudicar o seu rendimento no trabalho e perturbar a sua interacção social e familiar.
Esta situação pode durar poucos minutos a vários dias a passar. A frequência das crises varia muito de pessoa para pessoa. Em alguns casos é ocasional, noutros quase diário.
A causa da tensão muscular que provoca a dor pode estar numa tensão emocional (ansiedade, stress, preocupação, depressão) ou numa tensão física (más posturas, gestos repetidos, modificação do movimento normal no ombro ou levantamento de objectos pesados).
Para lidar com este problema o melhor é perceber qual é a sua causa. Se não conseguir procure ajuda.
Relaxar e saber lidar com o stress é fundamental. O exercicio regular é um excelente meio de prevenção/tratamento. Se precisar de recorrer aos medicamentos aconselhe-se com o seu médico para evitar erros ou sobredosagem.
Saiba que este problema é possível de tratar com um fisioterapeuta especializado ou com osteopatia.
 
 



Este é um dos músculos que com maior frequência desencadeia dores ao nível da cervical e na cabeça (ver imagem: a vermelho estão representadas as zonas de dispersão da dor mais f
 requentes e as cruzes representam os pontos gatilho ou Trigger Points).

Este músculo fica tenso pelas más posturas (ombros elevados e tensos), pelo uso de malas ou mochilas pesadas, por posições mantidas muito tempo, por gestos repetidos com os braços, por excesso de trabalho a elevar os membros superiores ou excesso de carga ou por alteração do movimento normal do ombro (ritmo entre a omoplata e úmero alterado).
Outro dos factores muito importantes que o torna mais tenso é o stress, ansiedade e preocupações! Este é de facto um musculo muito reactivo ás variações emocionais, pelo que um problema leva de imediato á tensão neste zona. É por isso que muitas vezes quando estamos perante um estado de stress ou demasiadas preocupações podemos ficar logo com dor na cabeça.

Siga este link para fazer alongamentos a este musculo por forma a aliviar a sua tensão:https://gateway.physiotools.com/print/PDetect.aspx?ID=d4d90faba2dc46aea421f4b0e7334dc4_12952874_2 (veja o video no canto superior esquerdo para saber como se faz)
Outra forma de o aliviar é pedir a alguém que lhe faça uma massagem ou aplicar calor na região.
Não se esqueça que se recorrer á medicação, esta deve ser controlada pelo seu médico.
 
 

DICA PREVENTIVA: DOR LOMBAR NO SURF E BODYBOARD

 


A dor lombar é uma patologia comum nos surfistas e bodyboarders. Muitas vezes chegam-nos à clínica surfistas e bodyboarders, referindo apresentar um incómodo, uma pressão ou dor aguda no centro da coluna lombar. Essa dor normalmente é sentida quando permanecem na posição de deitado a remar ou na transição do movimento de deitado para de pé no surf. A biomecânica do Surf ou do Bodyborad, especificamente  na posição de deitado a remar, pode aumentar a pressão sobre as articulações da coluna lombar, conhecidas como facetas articulares. Por outro lado para se colocar na posição de pé numa prancha de surf , a coluna lombar precisa ampliar o movimento de extensão, aumentando desta forma ainda mais a pressão das facetas articulares. As facetas lombares  em compressão produzem dor ao nivel da coluna lombar que pode irradiar até a parte posterior das coxas.

 
 
 
 
COMO PREVENIR A DOR LOMBAR FACETÁRIA
Normalmente os músculos que se encontram com maior tensão são o Grande Dorsal, os Abdominais e o Psoas-Iliaco. Desta forma sugiro que alonguem estes músculos de modo a evitarem uma excessiva extensão da coluna. Cada exercício deve ser realizado por 4 repetições durante 30 segundos.
 
EXERCÍCIO DE ALONGAMENTO DO GRANDE DORSAL
 
 
 
EXERCÍCIO DE ALONGAMENTO DOS ABDOMINAIS
 
 
 
 
EXERCÍCIO DE ALONGAMENTO DO PSOAS-ILIACO
 
 
 
 
ATENÇÃO
Este artigo não deve ser interpretado como um tratamento ou diagnóstico de Fisioterapia/Osteopatia. Este artigo destina-se a fornecer algumas informações e indicações preventivas da dor lombar facetaria muito habitual nos surfistas, não devendo ser substituído por um tratamento. Se referir dor durante a realização dos exercícios, deve deixar de os realizar e contactar um Fisioterapeuta/Osteopata.  
 

TRATAMENTO ESCOLIOSE – REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL

 
 
 
 
O que é a Escoliose?
A escoliose é uma deformação morfológica tridimensional da coluna vertebral. Verificando-se quando há um desvio da coluna no plano frontal para a esquerda ou direita, resultando em um formato de "S" ou "C", acompanhado de uma rotação e de uma gibosidade (corresponde a uma látero-flexão vertebral).
 
 
 
 
                                              Coluna sem alterações    Coluna com Escoliose 
 
 

Quais as causas da Escoliose?
A escoliose pode ter diversas causas, tendo sido identificadas cinco principais origens:
Escolioses de adaptação – um membro inferior mais curto, uma rotação da bacia, um torcicolo, etc.,  obrigam a coluna vertebral a colocar-se numa situação de compensação.
Escolioses congénitas – aquela que ocorre devido a malformações ou anomalias vertebrais (ex: uma vértebra cuneiforme, uma artrodese vertebral, etc. levam a uma adaptação da coluna vertebral).
Escolioses neuromusculares e distróficas – desenvolvem-se associadas a patologias neurológicas e musculares, como: paralisia cerebral, mielomeningocelo, poliomielite, distrofias musculares, etc.  
Escolioses antálgicas – frequentemente chamadas falsas escolioses, são provocadas devido à actuação dos mecanismos automáticos de defesa, cujo papel é de mascarar a dor. Neste tipo de escolioses, na maioria dos casos a dor é de origem lombar ou sacro-ilíaca.
Atitude Escoliótica – muitas vezes confundidas com as escolioses antálgicas, porque se apresenta da mesma forma, no entanto não existe causa dolorosa aparente.
Escolioses essenciais ou idiopáticas - são aquelas de causas desconhecidas. Cerca de 80% das escolioses são idiopáticas. Ultimamente tem se dado ênfase a um factor genético ligado ao sexo para as escolioses idiopáticas. A escoliose idiopática, de acordo com a sua  faixa etária, pode ser classificada como: escoliose infantil (até 3 anos); escoliose juvenil (dos 3 anos até a pré-adolescencia); escoliose adolescente (geralmente nas meninas).
 
 
 
Como podemos classificar as escolioses?
Escoliose com uma única curva:
 
 
 
 
     Escoliose Cervical
 
 
 
 
 Escoliose dorso-lombar
 
 
 
Escoliose dorsal
 
 
 
Escoliose com duas curvas:
 
 
 
Como diagnosticar uma Escoliose?
O diagnóstico clínico é realizado por um médico, com preferência um especialista em Ortopedia, após este deve ser feito o diagnóstico funcional por um Fisioterapeuta especializado em Escolioses. O prognóstico vai depender do grau de curvatura escoliótica e das suas complicações, e irá definir qual o melhor tratamento a ser aplicado, se Fisioterapia pelo método de Reeducação Postural Global (RPG), uso de colete (bons resultados quando associado ao RPG) ou intervenção cirúrgica.
 
 
Quais as vantagens da técnica de RPG como tratamento da Escoliose?
Esta técnica tem como objectivos restabelecer a funcionalidade e flexibilidade normais novamente da coluna, tendo a capacidade de moldar a coluna em todas as dimensões, tanto na estrutura articular vertebral como muscular, reorganizando-a e promovendo uma modelagem estrutural de forma superficial e eficiente na sua correcção. A RPG tem uma visão global do indivíduo corrigindo todas as compensações provocadas pela escoliose, fixando uma nova consciência do esquema corporal normal, redireccionando para a normalidade, aliviando e eliminando dores com eficácia. A RPG tem ainda um contributo importante a nível psicológico e emocional, minimizando possíveis traumas através dos resultados não só do ponto de vista doloroso, como também do ponto de vista estético.
 
 
 
Já fiz Fisioterapia mas não tive melhoras significativas, o RPG pode dar resultados mais eficazes?
 
Visando o indivíduo como um todo e composto por um conjunto de cadeias musculares interligadas é que a RPG trata dores existentes à anos. A técnica de RPG tem sido reconhecida como uma das melhores técnicas para correcção das Escolioses, mesmo com complicações graves e até preparatórias para cirurgia. A fisioterapia clássica trata a região dolorosa, de forma segmentar e localizada, porém nem sempre aquela região é a causa, pode ser a consequência de outras lesões/problemas – sistema causa-consequência. Por este motivo é que determinadas dores persistem por milhares de tratamentos medicamentosos e fitoterapêuticos sem apresentar a cura total. Não quer dizer que sejam tratados de forma errada, mas sim sem tratar a causa do problema, ou seja, uma região de dor sobrecarregará uma outra, que encurtará outra e que por sua vez se vai manifestar por dor. Muitas vezes as escolioses estão associadas a outras alterações, como: cifose dorsal, retificação ou inversão da curva dorsal, hiperlordose lombar, hiperlordose ou retificação cervical.
 
 
O médico falou em utilizar colete para corrigir a minha escoliose, o RPG pode substituir?
O tratamento da Escoliose está dependente do grau de angulação, podendo haver a necessidade de conjugar várias estratégias de tratamento, portanto ao relacionar o grau da angulação da escoliose e o tratamento correspondente, temos:
1) 0 a 20 graus: há necessidade de realizar RPG;
2) 20 a 30 graus: RPG e uso de colete ortopédico;
3) 30 a 40 graus: RPG e uso do colete ortopédico;
4) 40 a 50 graus: tratamento cirúrgico e RPG (depende da indicação médica).
 
 
Quando é que se deve começar tratamentos? Qual a duração dos tratamentos?
A duração do tratamento varia de 6 meses a 2 anos, dependendo da gravidade dos casos, com sessões semanais individuais com a duração de uma hora. Há a necessidade de um acompanhamento de manutenção, principalmente em adolescentes até atingirem a idade adulta. O tratamento deve-se iniciar precocemente, ou seja, imediatamente após o diagnóstico clínico de Escoliose.
 
Fisioterapeuta Ana Amado, Formada em Reeducação Postural Global e com formação avançada em Escoliose
 
 

Reeducação Postural Global

 
O que é uma boa postura?
 
A postura é o resultado de determinantes genéticas e de experiencias a estímulos ambientais, (FREIRE et al, 2008) consiste num processo contínuo, dinâmico e é um permanente desafio, na medida em que as diferentes partes do corpo se têm que adaptar a cada instante aos múltiplos estímulos recebidos. Uma boa postura é aquela que mantém o corpo em equilíbrio com o menor esforço muscular, protegendo as estruturas de suporte contra traumas e contra o uso incorrecto das articulações nas diferentes posições, proporcionando uma boa qualidade de vida e uma sensação de bem-estar (KENDALL et al, 2005). Uma boa postura facilita os músculos posturais e favorece em conjunto com o exercício físico a contracção dos músculos dinâmicos, com tendência à flacidez.
 
Alterações posturais:
 
Desde que nós humanos adoptámos a postura bípede temos sido desafiados, pela força da gravidade, a manter o equilíbrio do corpo sobre uma pequena área de suporte delimitada pelos pés (ROBERTO, 2007). Para isso, temos músculos posturais que se contraem permanentemente para nos manter sentados ou de pé a maior parte do dia. Pelo seu trabalho constante estes músculos podem-se tornar pouco flexíveis e encurtados, o que pode gerar desvios. Por sua vez os músculos dinâmicos, como os abdominais, com a ausência de exercício, o sedentarismo e o mau posicionamento ficam flácidos, o que leva ao aumento do volume abdominal, à diminuição da estabilidade e ao consequente aumento da curva lombar.
 
O Homem moderno está constantemente a maltratar o seu corpo seja por calçado inadequado, roupas interiores muito apertadas, porque se senta com a perna cruzada ou porque se mantém de pé muito tempo com o peso mal distribuído (DELOROSO, 1999 citado por ROBERTO, 2007). Segundo Kendall et al (2005) a adopção de posturas inadequada pode desencadear processos de compensação, lesões, deformidades, dor e diversos distúrbios viscerais, nervosos, musculares, articulares, ósseos ou circulatórios que afectam a saúde e o bem-estar do Homem.
 
Há que ter em atenção que muitas pessoas que têm grandes alterações posturais são assintomáticas ao contrário de muitas outras com pequenas alterações que aparentemente seriam insignificantes. Isto chama-nos a atenção que não basta ter em conta o bom alinhamento dos diferentes segmentos corporais como também a flexibilidade e a capacidade de alongamento musculares, que determinam a capacidade de o organismo se adaptar a cada instante aos desafios do dia-a-dia. (KENDALL et al, 2005)


Nas crianças e adolescentes:
As alterações posturais mais frequentes na população em idade escolar são as disfunções da coluna vertebral, e dentro destas destaca-se, de acordo com Schmidt (1999), a acentuação das curvaturas fisiológicas da coluna vertebral, como a hipercifose, a escoliose e a hiperlordose.


A fisiopatologia da coluna vertebral tem início principalmente na idade escolar devido à manutenção da posição sentada, que exige maior esforço da coluna. O transporte do pesado material escolar de maneira incorrecta e a inadequação das dimensões do mobiliário e do ambiente escolares podem levar à instalação ou agravamento dos desvios do eixo vertebral. De acordo com César (2004), hábitos posturais incorrectos, adoptados desde os primeiros anos de escolaridade, são motivo de preocupação, pelo facto de as estruturas músculo-esquelético estarem em desenvolvimento e serem mais susceptíveis a deformações.
 
Hipercifose
A hipercifose (aumento do ângulo da cifose) é um exagero da curvatura torácica além dos eixos dos limites fisiológicos, normalmente faz-se acompanhar de projecção anterior da cabeça e enrolamento dos ombros á frente, é comum nos adolescentes pelos maus hábitos posturais mas também em meninos altos, como forma de esconder a sua estatura. As meninas com mamas grandes também adoptam uma postura cifótica com o objectivo de as esconder ou proteger. Se os adolescentes não receberem uma orientação atempada e adequada, a cifose que inicialmente é postural, pode tornar-se estrutural o que a torna mais difícil de reverter.
 
Hiperlordose
 
A hiperlordose (aumento do ângulo da lordose) é o aumento da concavidade posterior da coluna lombar. Os abdominais fracos e o abdómen volumoso são factores de risco.
 
Escoliose
 
A escoliose corresponde ao desvio da coluna vertebral para a esquerda ou direita, resultando no formato de um “S” ou de um “C”. A escoliose corresponde a uma inclinação e rotação das vértebras e pode ser acompanhada de uma giba, deformação da dorsal. Podem classificar-se segundo a sua causa em idiopática, (posturais ou secundárias a uma dismetria), estruturadas transitoriamente (ex. na ciática ou apendicite) ou estrquando a sua causa é desconhecida, neuromuscular ou congénita. As escolioses podem ainda classificar-se em não estruturadas uturadas. As escolioses mais frequentes são as idiopáticas, 80% dos casos, e são mais frequentes nas adolescentes do sexo feminino. Escolioses com curvas flexíveis e de mediana intensidade (20º a 40º segundo o Ângulo de Cobb) do adolescente muitas vezes têm indicações para Colete de Milwaukee. A partir dos 40º duvida-se da efectividade do colete, acima dos 60º normalmente é proposta cirurgia.
 
 
Na população adulta
Muitas vezes sofrem as consequências das alterações posturais desenvolvidas na infância, adolescência e no dia-a-dia. Na população em geral fala-se muito em lombalgias, dores lombares crónicas. A sua frequência na população em geral varia, segundo os diversos estudos efectuados, entre 10% e 45% e constituem a primeira causa de limitação da actividade física antes dos 45 anos de idade e a segunda entre os 45 e os 65 anos. São a segunda causa da consulta em clínica geral e a primeira em reumatologia. Os factores de risco das lombalgias não são unanimemente aceites por todos os investigadores, mas entre eles destacam-se factores como a diminuição da força dos músculos do abdómen e da coluna e alterações da estática da coluna, nomeadamente as escolioses, as hipercifoses dorsais e as hiperlordoses lombares. (DGS, 2006)


 
Muitas vezes as dores são consequência das tensões e encurtamentos musculares, (FREIRE, 2008) ou pelo aumento da pressão discal pela manutenção de longos períodos sem interrupção na posição de sentado. Estudos revelam que a transição da postura de pé para sentado aumenta a pressão intra-discal em 35%, enquanto a manutenção da postura sentado de forma incorrecta pode aumentar em 70% a pressão intra-discal. Estas condições predispõem o individuo a episódios de desconforto geral, tais como dor, sensação de peso e formigueiros em diferentes partes do corpo e principalmente a processos degenerativos como são as hérnias discais. (COURY, 1994),
 
 
Como e quando intervir?
A idade ideal para fazer a triagem de problemas posturais é imediatamente antes da puberdade, entre os 9 e os 11 anos nas meninas e um pouco mais tarde nos rapazes, porque corresponde a um período de crescimento e desenvolvimento rápido que pode acentuar os distúrbios posturais, em especial da escoliose, que pode sofrer evoluções da curva na ordem dos 10 a 20º. Um diagnóstico e intervenção atempada podem parar ou reverter um processo que pode trazer complicações, como por exemplo problemas cardiovasculares, dor, ou outras deformidades com consequências físicas e psicológicas. “(Incidência de desvios posturais em escolares do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamenta”). Visto isto é essencial orientar e intervir numa idade em que as estruturas ainda estão flexíveis.
 
Nos adultos a intervenção deve ser o mais cedo possível se já existirem sintomas, porque quanto mais tempo passa mais compensações se instalam à distância. Mesmo sem sintomas o melhor método é prevenir, para isso é fundamental uma avaliação da condição e uma intervenção precoces.
 
                Intervenção:
 
·         Avaliação ergonómica; 
·         Orientar e intervir nos hábitos e nas actividades do dia-a-dia;
·         Desenvolver a consciência corporal;
·         Melhorar a coordenação e a dinâmica geral;
·         Controlar o tónus e a lateralização
·         Reeducação Postural Global (RPG)
 
O que é a RPG?
 
O ser humano é composto por cadeias musculares, ou seja os músculos associam-se entre si, o que quer dizer que as alterações posturais nunca se localizam num só local, repercutem-se á distância por uma sucessão em cadeia de compensações. Um pé plano muitas vezes provoca alterações no joelho que se prolonga até à anca e à pélvis com consequente desalinhamento da coluna vertebral. Por isso a RPG é um método de avaliação e tratamento que não pretende ser paliativo, por isso não se localiza somente no local onde se percebe o sinal ou sintoma, procura a causa do problema com o objectivo de eliminar definitivamente a sintomatologia.
 
Um dos principais objectivos da RPG é tratar desvios posturais e problemas decorrentes desses desvios. Não está indicado só para quem tem dores ou limitações mas também para quem procura a harmonia corporal. A RPG baseia-se num trabalho postural onde através de posturas criteriosamente escolhidas se alongam as cadeias musculares encurtadas. Cada postura tem o objectivo de actuar sobre um conjunto específico de músculos e associa-se a um trabalho respiratório característico. O papel activo do utente é fundamental e compõe grande parte do tratamento.
 
Não há idades para fazer RPG, simplesmente têm que ser respeitadas as condições de cada um. Além de algum incomodo inerente ao alongamento, como sentir o corpo dorido, apenas se pode sentir alguma sonolência, frio ou fome pelo alongamento do Sistema Nervoso Simpático. Um bom trabalho postural é necessário e não dispensa o exercício físico para a manutenção de uma boa postura.
 
Indicações:
 
A RPG destina-se a todos aqueles que apresentam desequilíbrios musculares, sejam eles acompanhados ou não de dor, ou outros sintomas como formigueiros ou falta de mobilidade. Sendo assim tem eficácia em problemas como:
  • Dores de cabeça ou enchaquecas, dores de pescoço ou torcicolos;
  • Problemas de coluna como hérnias discais ou outras discopatias; cervicalgias ou Cervicobraquialgias, dorsalgias, lombalgias ou ciatalgias;
  • Tendinopatias, bursites, ombro congelado, ou outras patologias provocadas por esforços repetitivos; 
  • Problemas morfológicos como escolioses, hipercifoses, hiperlordoses, sacro horizontal ou outros desvios posturais da coluna; joelhos varos e valgos, pés planos, cavos ou botos;
  • Desvios posturais como cervical inclinada ou rodada, ombros elevados ou enrolados, ancas em rotação interna ou externa;
  • Problemas pós-traumáticos, neurológicos, respiratórios ou desportivos;
  • Outras situações que poderão ser indicadas após avaliação individual.
 
 


Duração e frequência:
Este é um método progressivo e qualitativo com a duração média de 60 minutos e periodicidade normal de uma vez por semana. Em caso de urgência pode passar a uma frequência de 2 a 3 vezes por semana sem qualquer inconveniente. A duração total do tratamento é variável em função da patologia.
O tratamento consiste na escolha de uma ou mais posturas de alongamento em função da avaliação do utente e este pode ser continuado em casa através da recomendação de uma série de auto-posturas.


A RPG e a estética:
A maior parte das pessoas magras apresenta uma barriga saliente, apesar das dietas e dos exercícios físicos regulares, provavelmente porque têm um problema postural. Para alguém jovem que apresente sinais de: ombros enrolados para frente, leve cifose (corcunda) dando a aparência de seios caídos (no caso das mulheres), com retroversão da pélvis, rectificação da coluna lombar e flacidez abdominal, associada a uma escoliose com diferença na altura dos ombros, não basta uma boa apresentação exterior para melhorar a sua aparência, é precisa uma boa postura que pode ser conseguida com a RPG.
 

 

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